Violência física dentro das prisões femininas no Brasil: prevalência e fatores relacionados

AUTOR(ES)
FONTE

Ciênc. saúde coletiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-02

RESUMO

Resumo O presente artigo objetiva identificar a prevalência de violência física no interior das prisões femininas brasileiras, bem como fatores associados. Estudo transversal de abrangência nacional, realizado em 15 unidades prisionais femininas nas cinco regiões do Brasil em amostra selecionada por múltiplos estágios. Realizou-se análise univariada; análise estratificada em relação ao desfecho (sofrer violência física dentro da prisão) e as variáveis preditoras através do teste de Chi-quadrado de Pearson; cálculo da Odds Ratio; e regressão logística múltipla. Utilizou-se o teste Hosmer-Lemeshow para análise de qualidade de ajuste e adequação do modelo. A prevalência de violência física dentro das prisões femininas brasileiras foi de 37.4%. Houve correlação entre a vitimização da violência física na prisão e as seguintes variáveis: vitimização física prévia (p = 0.013), isolamento (p = 0.000), sofrimento mental (p = 0.003), ingestão abusiva e/ou dependência alcoólica (p = 0.011), uso atual ou prévio de cocaína injetável (p = 0.002) e ócio prisional (p = 0.003). A violência física tornou-se inerente ao sistema prisional feminino brasileiro. Estudos futuros são necessários no intuito de fornecer propostas para intervenções efetivas de modo a prevenir a violência física dentro das instalações prisionais.

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