Vidas NÃmades: Direito, Moradia e OcupaÃÃes Urbanas na Cidade de Fortaleza

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/04/2012

RESUMO

Os interesses e forÃas que regem os processos de ocupaÃÃes urbanas das cidades contemporÃneas sÃo muito complexos e diversificados. Nesse variado campo de possibilidades (VELHO, 2008b), o presente trabalho tem por objetivo ampliar o conhecimento que dispomos sobre o processo de ocupaÃÃo da terra urbana em Fortaleza, realizado por uma parcela da populaÃÃo a qual eu denominei de nÃmades urbanos. SÃo pessoas que residem em lugares classificados como favelas, assentamentos irregulares, Ãreas de risco e conjuntos habitacionais e encontram-se, geralmente, envolvidas em constantes movimentos de territorializaÃÃo e desterritorializaÃÃo (DELEUZE e GUATTARI, 1997) dos seus espaÃos de moradia. As ocupaÃÃes urbanas realizadas pela populaÃÃo nÃmade sÃo aÃÃes coletivas (BECKER, 1977), formadas por uma rede complexa e diversificada de atores e poderes sociais, que se apropriam de discursos originÃrios de mÃltiplos domÃnios (jurÃdicos, religiosos, provenientes de associaÃÃes de moradores), tecendo um jogo cotidiano na defesa de seus interesses. Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo fazer um estudo sobre as regras jurÃdicas que disciplinam a questÃo fundiÃria urbana, nÃo se limitando a analisÃ-las do ponto de vista do direito positivo, mas procurando fazer uma investigaÃÃo etnogrÃfica sobre como os agentes envolvidos nesse processo se apropriam dessas regras jurÃdicas e negociam o significado de suas aÃÃes (GEERTZ, 2008) ao estabelecerem hierarquias de credibilidade (BECKER, 1977) e categorias de classificaÃÃo (DURKHEIM e MAUSS, 1969) que fazem parte de universos de discursos mÃltiplos, mais ou menos discrepantes, revelando mundos diferentes, parciais e simultÃneos, nos quais se movimentam. Com isso, quero dizer que a âcultura jurÃdicaâ, referente à realidade na qual està inserida a populaÃÃo nÃmade, nÃo surge de uma Ãnica fonte e nÃo à monolÃtica, ao contrÃrio està expressa no multiculturalismo das sociedades complexas (BARTH, 2000). AtravÃs do estudo de diferentes territÃrios da cidade de Fortaleza e de sua RegiÃo Metropolitana, procurei fazer uma espÃcie de mapeamento simbÃlico do movimento da vida dos nÃmades urbanos, refletindo sobre a complexidade sociolÃgica das estruturas espaÃo-temporais sob as quais se assentam os fenÃmenos da alteridade e da experiÃncia humana no mundo contemporÃneo (ROCHA e ECKERT, 2005). Palavras

ASSUNTO(S)

polÃtica habitacional â fortaleza(ce) sociologia urbana â fortaleza(ce) sociologia urbana cidade nÃmades direitos moradia ocupaÃÃes urbanas movimentos sociais â fortaleza(ce)

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