Vida após o trauma: do evento à funcionalidade dos sobreviventes de traumatismo craniencefálico. / Life after the trauma: the feature event of survivors of traumatic brain injury.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Esta tese apresenta o resultado da investigação sobre a funcionalidade de pacientes com traumatismo craniencefálico (TCE) que foram admitidos na unidade de referência estadual para este tipo de trauma na Região Metropolitana de Salvador, Bahia, Brasil no período de 1 de agosto de 2007 a 31 de julho de 2008. Inicialmente investigou-se o perfil epidemiológico dos pacientes e verificou-se que a distribuição por sexo foi uniforme de acordo com as faixas etárias, com exceção da faixa etária de 25 a 34 anos, cuja concentração de casos foi maior para homens e mulheres diferiram significativamente em relação à idade, local de ocorrência, atenção pré-hospitalar, etiologia do trauma, acidentes de transporte e quedas. A maior proporção dos traumas ocorreu em via pública, por atropelamento, espancamento e acidentes motociclísticos. Em seguida, analisou-se a distribuição espacial dos locais de ocorrência dos eventos e residência dos pacientes e constatou-se que muitos eventos ocorrem em locais distantes do hospital de referência dificultando o acesso e o socorro em tempo reduzido. Em função da magnitude do agravo observada para homens, um estudo de coorte foi conduzido para observar os fatores prognósticos da capacidade funcional e os relacionados com o retorno às atividades produtivas. Observou-se que idade, gravidade do trauma, fadiga, distúrbios da atenção e concentração, alteração no equilíbrio, presença de plegias ou fraturas estiveram significativamente associados com a incapacidade funcional global, assim como ter sido submetido a tratamentos multiprofissionais de reabilitação. Com relação às atividades produtivas prévias, observou-se que 91 (37,7%) indivíduos reassumiram antigas funções e que a média do tempo decorrido para o retorno às atividades produtivas foi de 225 dias, com 25% dos pacientes retornando em até 103 dias e 75% deles em até 390 dias. Os mais jovens que sofreram traumas mais graves, e concomitantes distúrbios motores, que evoluíram com sintomas somáticos ou cognitivo-comportamentais, além de incapacidade funcional global, apresentaram dificuldade para retomar suas atividades prévias ou não retornaram. Todavia, história pregressa de trabalho remunerado mostrou-se significativamente associado com mais rápido retorno à produtividade.

ASSUNTO(S)

traumatic brain injury georeferencing disability return to productivity. traumatismos craniencefálicos reabilitação return to work retorno ao trabalho georreferenciamento rehabilitation saude publica incapacidade retorno à produtividade

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