VEGETAÇÃO E MECANISMOS DE REGENERAÇÃO NATURAL EM DIFERENTES AMBIENTES DA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA NA FLONA DE SÃO FRANCISCO DE PAULA, RS. / VEGETATION AND MECHANISMS OF NATURAL REGENERATION IN DIFFERENTS ENVIROMENTS OF THE MIXED RAIN FOREST IN THE FLONA OF SÃO FRANCISCO DE PAULA,RS

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este estudo avaliou a fitossociologia de Floresta Ombrófila Mista e os seus mecanismos de regeneração (banco de plântulas, chuva de sementes e banco de sementes do solo). Os dados foram coletados em seis conglomerados, sendo cada um subdividido em 16 parcelas de 20 m x 20 m. No Capítulo I, estudou-se a vegetação adulta onde as espécies arbóreas e arbustivas com circunferência à altura do peito (CAP) igual ou maior de 30 cm foram identificadas e medidas. As espécies foram classificadas em grupos ecológicos e, com base nos dados de densidade, foi realizada uma análise de agrupamento utilizando o método TWINSPAN (Two-way Indicator Species Analysis). Os agrupamentos foram caracterizados em relação à sua estrutura horizontal. Na área, foram identificadas 86 espécies, sendo 18 pioneiras, 25 secundárias iniciais, 16 secundárias tardias, 14 clímax, e 13 foram classificadas em mais de um grupo. Foram caracterizados três agrupamentos (G1, G2 e G3), em que se destacaram as espécies Siphoneugena reitzii, Araucaria angustifolia e Sebastiania commersoniana, respectivamente, em ambientes de encosta, de árvores emergentes e úmido. No capítulo II, partindo dos agrupamentos formados na vegetação adulta, foram avaliados os mecanismos de regeneração. A chuva de sementes foi avaliada durante os meses de janeiro a dezembro de 2007 por meio da disposição de 96 coletores de 1 m, na qual foi observada diferença significativa entre os três grupos na quantidade de sementes dispersadas. No estudo do banco de sementes do solo, realizado mediante a coleta de 5 cm de solo (retirando a serapilheira), observou-se que o grupo G1 demonstrou diferença significativa na quantidade de sementes estocadas em relação aos grupos G2 e G3. O banco de plântulas foi amostrado em 72 unidades amostrais de 2 m x 2 m, em que todos os indivíduos com altura igual ou maior que 20 cm e DAP igual ou menor 1 cm foram identificados e contados. A análise estatística mostrou que, quantitativamente, houve diferença significativa entre os três grupos quanto ao número de indivíduos no banco de plântulas. Pela análise conjunta da vegetação adulta e mecanismos de regeneração, conclui-se, inicialmente, que o banco de plântulas, por ter apresentado maior similaridade com a vegetação, pode ser a estratégia principal de manutenção dessa floresta. A chuva de sementes é uma estratégia fundamental à manutenção do banco de plântulas. O banco de sementes não apresentou potencial florístico para substituir as espécies presentes na vegetação arbórea após alteração da floresta, sendo uma estratégia essencial ao restabelecimento inicial da área, dada a elevada densidade de plantas herbáceas. Foram consideradas como espécies arbóreas fundamentais Araucaria angustifolia, Siphoneugena reitzii, Ilex brevicuspis, Podocarpus lambertii e Vernonia discolor, em ambientes de encosta; Araucaria angustifolia, Casearia decandra, Blepharocalyx salicifolius, Ilex paraguariensis e Sebastiania brasiliensis, em ambiente de arvores emergentes; Araucaria angustifolia, Blepharocalyx salicifolius, Cryptocarya aschersoniana, Ilex brevicuspis, Sebastiania commersoniana e Siphoneugena reitzii em terrenos de maior umidade. Por meio dessas informações, acredita-se que tais espécies terão maior chance de estabelecimento em locais com características ambientais semelhantes.

ASSUNTO(S)

chuva de sementes seed rain bank seeding bank grupos ecológicos agrupamentos soil seed recursos florestais e engenharia florestal banco de sementes banco de plântulas ecological groups twinspan twinspan groupings

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