Variation of family income, inequality and poverty in Brazil / Variação de renda familiar, desigualdade e pobreza no Brasil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Nesse trabalho busca-se investigar as relações entre crescimento econômico, distribuição de renda e pobreza no período de 1995 a 2005, mostrando a relevância do esclarecimento dessas relações para implementação de políticas públicas que visem à melhoria das condições sociais. Inicialmente o estudo mostra a evolução da pobreza, da distribuição de renda e da flutuação da renda média familiar per capita ao longo do período analisado. Com essa descrição inicial, as relações entre tais grandezas são feitas a partir da seleção de três modelos: um que relaciona as variações nos indicadores de pobreza e os principais componentes que respondem por essa variação modelo de decomposição das fontes; outro que simula os efeitos da variação da renda familiar per capita e dos indicadores da concentração sobre o nível de pobreza modelo de elasticidade; e, por fim, um modelo que associa as relações entre concentração de renda e crescimento econômico no estrato mais alto de renda. Os resultados obtidos mostram que a desigualdade da distribuição de renda tem se reduzido de maneira lenta e gradual. Levando em conta o índice de Gini, a queda da desigualdade de renda foi de 5,19%, sendo a maior parte dessa redução alcançada em período mais recente (2001-2005). Um fato importante nessa redução diz respeito à parcela mais pobre da população que está se apropriando de uma parcela maior da renda. Por outro lado, as medidas de pobreza sofreram um aumento generalizado e o número de pessoas pobres, em média, no período mais recente (2001-2005) tendeu a se estabilizar em 32%. No período de 2001-2005, as medidas de pobreza que dão maior peso aos mais pobres têm se reduzido. Por fim, a renda real familiar per capita média proxy para o crescimento econômico permaneceu estagnada. O modelo de decomposição das variações nas medidas de pobreza mostra que nos períodos em que houve redução da pobreza no Brasil, o fator responsável por essa redução ainda foi o crescimento econômico. Adicionalmente, o modelo de elasticidade mostra que o efeito potencial da redistribuição é maior do que o efeito potencial do crescimento econômico. Dessa dicotomia entre o real e o previsto, podem ser estabelecidas as seguintes considerações: a) sob níveis de concentração de renda mais baixos, mesmo taxas de crescimento muito baixas produzem efeitos muito maiores; b) existe uma dependência entre o nível de concentração de renda inicial e o efeito do crescimento; e c) taxas de crescimento pequenas num país muito desigual condenam o país a um quadro social desigual.

ASSUNTO(S)

politicas de planejamento familiar pobreza distribuição de renda crescimento econômico poverty amostra complexa complex sample economic growth income distribution

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