Variações nas geleiras da porção norte da Cordilheira Real durante o período de 1984 a 2010 através do Sensoriamento Remoto

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012

RESUMO

O presente trabalho utilizou uma série de dez imagens Landsat TM, adquiridas no período entre 1984 e 2010, e o modelo digital de elevação ASTER GDEM para catalogar as geleiras da porção Norte da Cordilheira Real, Bolívia, e analisar a variação na área dessas geleiras. O Índice de Diferença Normalizada de Neve e Gelo (NDSI) foi utilizado como principal critério, em uma abordagem por critérios múltiplos, para classificação das imagens TM e geração da posição das frentes das geleiras e os divisores de drenagem glacial foram delimitados manualmente com o auxilio de curvas de nível geradas com o ASTER GDEM. De acordo com a análise, a cordilheira mostrou uma predominância de geleiras com área entre 0,01 e 0,5 km2, porém as geleiras entre 1 e 3 km2 de área possuem um maior percentual na representatividade da área total, 38,3 % (55,75 km2) em 2010. As análises nas variações em elevação das geleiras mostraram um aumento de altitude média e nas elevações mínimas de ocorrência das geleiras na Cordilheira Real. Para o ano de 2010, a geleira de menor elevação ocorre em 4655 metros de altitude. Os resultados referentes a análise de orientação mostraram que existe uma grande influência desse fator na elevação mínima, no número total de geleiras por setor da cordilheira e no tamanho das geleiras. O setor Sul apresentou um número maior de geleiras, com 61 geleiras em 2010, e uma maior porcentagem na área total da cordilheira 21,84 %. As geleiras orientadas para o setor Sudeste apresentaram, no geral, a mais baixa elevação de ocorrência, com 4.335 metros de altitude em 1984. O setor Norte apresentou o menor número de geleiras, com 11 geleiras em 2010, e a maior altitude para as mínimas elevações analisadas, 4989 metros em 2010. Os resultados obtidos apresentaram uma redução gradativa na área das geleiras durante o período do estudo. No total, 49,12 % da área das geleiras foi perdida entre o período de 1984 a 2010. Porém essa perda não ocorreu de forma linear ao longo do período do estudo, pois todos os intervalos de tempo entre as imagens sofreram perda de área total, com exceção do período entre 1994 e 1997. Quanto a orientação, as geleiras com fluxo para o setor Sul foram as que mais sofreram perda em área. O número de massas de gelo identificadas como geleiras também foi reduzido em 39,57 % nesse mesmo período para toda a cordilheira. Os resultados mostraram-se semelhantes aos de outros estudos realizados com geleiras tropicais Andinas, confirmando as tendências de retração das geleiras situadas nessas regiões.

ASSUNTO(S)

sensoriamento remoto geleiras real, cordilheira (bolívia)

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