Variação sazonal e espacial das diatomáceas epilíticas: estudo de caso evidenciando um gradiente de poluição orgânica em região subtropical do sul do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Limnol. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/01/2017

RESUMO

Resumo: Objetivo Este estudo objetivou conhecer a variação sazonal das diatomáceas epilíticas ao logo do Rio Gravataí em relação a composição e densidade, assim como a respectiva relação com variáveis limnológicas locais. Métodos As diatomáceas foram amostradas trimestralmente utilizando o amostrador EDS exposto por quatro semanas, no período de setembro de 2000 a agosto de 2002. A área de 75 cm2 de material foi raspado de três rochas submersas totalizando uma amostra composta. Alíquota de 1 ml de material oxidado foi montado em lâminas para análise qualitativa e quantitativa. Resultados Um gradiente espacial de contaminação orgânica foi observada no rio Gravataí devido à diminuição do oxigênio dissolvido e aumento do DBO5, nitrogênio total e orto-fosfato do curso superior para o inferior, e a predominância de condições eutróficas durante períodos de maior temperatura (primavera e verão). As diatomáceas epilíticas exibiram em seu curso superior um padrão sazonal em abundância, as mais altas densidades foram registradas no outono e inverno, o aumento da densidade esteve associada as médias e baixas temperaturas, mais baixa turbidez e disponibilidade de nutrientes. Bacillariacea foi dominante na primavera, Eunotiaceae e Bacillariaceae no verão e outono e Gomphonemataceae foi fortemente dominante seguido de Eunotiaceae no inverno. No curso inferior Bacillariaceae foi dominante em todas as estações do ano exceto no outono de 2001. Essas mudanças foram determinadas pela substituição na ocorrência e relativa abundância de algumas espécies como Achnanthidium minutissimum, Cocconeis placentula, Eunotia bilunaris, Frustulia saxonica, Gomphonema parvulum, Nitzchia palea e Sellaphora seminulum. Conclusões A sazonalidade das diatomáceas foi bem evidenciada no trecho superior do rio, entretanto no curso inferior com maior impacto antrópico, poucas mudanças ocorrem no número de espécies e/ou substituição de algumas espécies por outras, mostrando que a sazonalidade das diatomáceas pode ser afetada pela contaminação orgânica e eutrofização.

ASSUNTO(S)

diatomáceas composição taxonômica densidade sistema impactado

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