Variabilidade química das àguas na Bacia do Alto Paraguai: uma compartimentação do Pantanal Mato-grossense / Chemical variability of waters in the upper Paraguay basin: a compartimentation of the Pantanal-MT, Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/08/2011

RESUMO

A Bacia do Alto Paraguai é definida pelo trecho compreendido entre as nascentes do Rio Paraguai e a confluência deste com o Rio Apa, e abrange planaltos, depressões e a vasta planície do Pantanal, a maior zona úmida continental do planeta. O objetivo geral deste trabalho é propor uma compartimentação do Pantanal com base em seu funcionamento atual. Para isto, utilizou-se de um conjunto de métodos, análise em componentes principais (ACP), análise em fatores de correspondência (AFC), e análise de deconvolução pelo modelo EMMA (End-Members Mixing Analysis). Essas análises foram aplicadas em amostragens de águas coletadas sob diferentes escalas, desde a da Bacia do Alto Paraguai até a da Nhecolândia, uma sub-região do Pantanal (MS). Esses procedimentos permitiram discriminar, hierarquizar e espacializar os fatores responsáveis pela variabilidade química das águas. Os resultados mostram que a composição química das águas que alimentam a planície pode ser considerada como uma mistura de três perfis químicos, definidos pelo tipo de rocha (calcário, arenito, cristalino) que explica 50% da variância total, e pelo uso e ocupação do solo (adubação de nitrogênio no planalto) responsável por 15% da variância total. As distribuições dos perfis químicos permitiram identificar grandes regiões, e áreas limítrofes entre elas com justaposição de perfis químicos contrastados, tanto no planalto quanto na planície. Apesar de ter-se observado algumas modificações na composição química das águas entre as estações seca e úmida, essas duas amostragens mantém discriminadas as mesmas regiões. Na subregião da Nhecolândia, a evaporação e as precipitações salinas a ela associadas (calcita e Mg-calcita, Mg-silicatos K-silicatos) respondem por 76% da variância total. A influência antrópica (adubação com potássio e nitrogênio nas zonas agrícolas do planalto) respondem por cerca de 10% da variância total. Evaporação, processos redox, uso e ocupação do solo foram apontados como as principais fontes de variabilidade na composição química das águas na Nhecolândia.

ASSUNTO(S)

análises multivariadas espacialização fatores de variabilidades hidroquímica hydrochemistry multivariate analysis pantanal pantanal sources of variability spatialization

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