Variabilidade de pedo-paisagens aparentemente homogêneas no estado de São Paulo, Brasil: II. qualidade de mapas de solos

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ciênc. Solo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2000-06

RESUMO

Avaliou-se a qualidade de mapas de solo semidetalhados (escala 1:100.000) bem como a utilidade de uma legenda baseada na taxonomia, por meio de um estudo de 33 glebas aparentemente homogêneas com solos fortemente intemperizados de duas regiões no estado de São Paulo: Araras e Assis. Nessas glebas, analisou-se um conjunto independente de dados de 395 locais, com amostras de solo coletadas a trado para determinar a pureza das unidades de mapeamento de solo e para analisar a variância entre as unidades de mapeamento e unidades taxonômicas e dentro delas. Vinte e três perfis de solos foram estudados. Os mapas de solo estudados apresentaram elevada pureza em relação a alguns critérios, tais como tipo de horizonte B (> 90%) e classe de textura (> 80%). A pureza para o caráter trófico (eutrófico, distrófico, álico) do mapa de Assis era de apenas 55%, contra 88% em Araras, onde muitas unidades de solo tinham sido mapeadas como associações. Em ambas as regiões, o caráter trófico dos solos argilosos foi geralmente melhor do que indicado pelos mapas. Análise de variância mostrou que o mapeamento resolveu parte considerável da variância de características "duráveis", como teor de argila (> 80%) e capacidade de troca catiônica (≥ 50%) das camadas de 0-20 e 60-80 cm de profundidade. No caso de características que podem ser modificadas facilmente por meio do manejo, tal como a saturação por bases na camada de 0-20 cm, o mapeamento resolveu uma parte muito pequena (< 15%) da variância total nas áreas estudadas. Resultados intermediários foram obtidos para saturação por bases na camada de 60-80 cm (56%, em Assis; 42%, em Araras). A variância resolvida por agrupamentos taxonômicos, que formaram a base para a legenda dos mapas, foi similar e freqüentemente inferior à variância resolvida por unidades de mapeamento. Concluiu-se que as delimitações nos mapas foram localizadas cuidadosamente, mas as descrições das unidades de mapeamento poderiam ser melhoradas. É possível que isso possa ser feito a baixo custo em mapeamentos futuros por meio de (a) coleta de amostras compostas para remover a variação a curta distância e melhorar a visualização de padrões espaciais a distâncias > 100 m; (b) tirar maior proveito de correlações existentes entre características de determinação simples e propriedades químicas dos solos e (c) abrandar a ligação entre os critérios usados nas legendas e um sistema taxonômico. Os mapas apresentaram-se úteis para obter uma impressão da aptidão das terras para a agricultura mecanizada. Trabalho de campo adicional e registros históricos de uso/manejo foram necessários para a avaliar as propriedades químicas dos horizontes superficiais dos solos.

ASSUNTO(S)

variabilidade de solos qualidade de mapas amostragem latossolos

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