VariaÃÃo da composiÃÃo da assemblÃia de peixes no EstuÃrio de Paranaguà â PR. Sazonalidade ou impacto de um processo de dragagem?

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Este estudo teve por objetivo verificar a variÃncia na composiÃÃo da assemblÃia de peixes (nÃmero de espÃcies, densidade e biomassa) em uma Ãrea do EstuÃrio de ParanaguÃ, comparando as situaÃÃes antes (maio/2001), durante (setembro/2001) e depois (marÃo/2002) de um processo de dragagem com o mesmo perÃodo do ano anterior. Em cada perÃodo amostral foram realizados seis arrastos, trÃs amostras no canal dragado e trÃs amostras na Ãrea adjacente ao canal, onde foi depositado o rejeito dragado. Para o acompanhamento da variÃncia sazonal na composiÃÃo especÃfica, da densidade e biomassa foram utilizadas informaÃÃes dos meses de junho/2000, setembro/2000 e marÃo/2001. No ano do processo de dragagem, foram capturadas 31 espÃcies de peixes, representando uma densidade mÃdia total de 1,76 ind./m2 e biomassa mÃdia total de 103,99 g/m2. Cathorops spixii foi a espÃcie mais importante, tanto na densidade total (46,92%) quanto na biomassa total (76,22%). Nos meses do ano anterior ao processo de dragagem (junho/2000, setembro/2000 e marÃo/2001), foram capturadas 38 espÃcies, apresentando densidade mÃdia total de 0,28 ind./m2 e biomassa mÃdia total de 2,79 g/m2. Stellifer rastrifer foi a espÃcie que apresentou a maior densidade total (66,12%) e C. spixii apresentou a maior biomassa total (48,78%) neste caso. De acordo com os resultados da ANOVA e Kruskal-Wallis, no ano da dragagem foram observadas diferenÃas significativas e interaÃÃo entre os fatores perÃodo (prÃ-dragagem, dragagem e pÃs dragagem) e local (canal principal e Ãrea adjacente) para o nÃmero de espÃcies (p<0,05). DiferenÃas significativas foram observadas para densidade total (p<0,05), densidade de Genidens barbus (p<0,05) e Menthicirrhus americanus (p<0,05). A biomassa foi significativamente diferente para G. barbus (p<0,01), Genidens genidens (p<0,05) e para M. americanus (p<0,05) onde tambÃm ocorreu interaÃÃo entre os fatores perÃodo e local. Podemos assim afirmar que o processo de dragagem influenciou na distribuiÃÃo da assemblÃia de peixes no EstuÃrio de ParanaguÃ. Comparando os anos (ano anterior e ano do processo de dragagem), houve diferenÃas significativas e interaÃÃo entre os fatores perÃodo (ano anterior e ano que foi realizado a dragagem) e mÃs (maio/junho, setembro e marÃo) para o nÃmero de espÃcies (p<0,05). Ocorreram diferenÃas significativas na densidade total (p<0,05) e densidades de M. americanus (p<0,01), Micropogonias furnieri (p<0,05), G. genidens (p<0,05), C. spixii (p<0,01) e para G. barbus (p<0,05) e tambÃm ocorreram interaÃÃes entre os fatores (perÃodo e mÃs). A biomassa de G. barbus (p<0,01), M. furnieri (p<0,05), G. genidens (p<0,05), C. spixii (p<0,05), Aspistor luniscutis (p<0,05) e M. americanus (p<0,05) tambÃm apresentaram diferenÃas significativas. Estes resultados confirmam o efeito da dragagem na distribuiÃÃo dos peixes nesta regiÃo do EstuÃrio de ParanaguÃ, independente das variaÃÃes sazonais. Os resultados obtidos indicam que a aÃÃo da dragagem influencia na composiÃÃo especÃfica, densidade e na biomassa da assemblÃia de peixes da porÃÃo interna do EstuÃrio de ParanaguÃ. Algumas espÃcies migraram para essa regiÃo do estuÃrio pelo aumento da oferta de alimento durante a dragagem (vertebrados e invertebrados triturados pela aÃÃo mecÃnica da draga). Durante este estudo, verificou-se que as espÃcies mais sensÃveis aos impactos do processo de dragagem no EstuÃrio de Paranaguà sÃo: M. americanus, M. furnieri, C. spixii, A. luniscutis, G. barbus e G. genidens. Todas estas espÃcies sÃo importantes recursos naturais para a pesca comercial e artesanal. Assim, sugere-se que as futuras dragagens para manutenÃÃo do canal principal dos portos no EstuÃrio de ParanaguÃ, onde ocorrem estas espÃcies sensÃveis Ãs dragagens, sejam evitadas durante os perÃodos de reproduÃÃo, do final da estaÃÃo seca atà o final da estaÃÃo chuvosa, e recrutamento, que tem seu pico no final da estaÃÃo chuvosa. Sendo assim, do ponto de vista da ictiofauna demersal, sugere-se que as dragagens nesse estuÃrio ocorram na transiÃÃo do final da estaÃÃo chuvosa para o inÃcio da estaÃÃo seca. TambÃm, à importante se ressaltar que devido a ampla distribuiÃÃo dessas espÃcies as recomendaÃÃes acimam sejam seguidas para qualquer lugar e ocasiÃo em que uma dragagem em Ãrea estuarina do AtlÃntico Ocidental seja necessÃria.

ASSUNTO(S)

peixes oceanografia dragagem - impactos oceanografia estuÃrios â paranaguà (pr)

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