VariaÃÃes das condiÃÃes hidrolÃgicas e da clorofila a associadas ao cultivo do camarÃo marinho Litopenaeus vannamei (Boone, 1931), na regiÃo estuarina do Rio ParaÃba do Norte (ParaÃba, Brasil)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

A carcinicultura marinha comeÃou a ser praticada no Brasil no inÃcio da dÃcada de 70, mas somente com a introduÃÃo da espÃcie Litopenaeus vannamei, oriunda do Oceano PacÃfico, à que seu desenvolvimento tornou-se realidade. O crescimento da atividade, no entanto, leva à necessidade de se abordar alguns aspectos ligados à sua sustentabilidade, em particular, ao ambiente aquÃtico no qual ela à praticada. Com efeito, existe um intercÃmbio permanente de Ãgua entre os ambientes de cultivo e o meio externo adjacente, gerando a necessidade de se conhecer as caracterÃsticas fÃsicas, quÃmicas e biolÃgicas dessa Ãgua, para que se possa identificar possÃveis influÃncias positivas ou negativas mÃtuas. Partindo desse enfoque, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de analisar, quanto aos aspectos fÃsico, quÃmico e biolÃgico, a Ãgua de viveiros de cultivo de camarÃo e rios adjacentes que funcionam como fonte de abastecimento e drenagem de efluentes. A pesquisa desenvolveu-se na Fazenda Aquamaris (ParaÃba), circundada pelo Rio ParaÃba do Norte, atuando como abastecedor de Ãgua para os viveiros, e pelos rios Mandacaru e TambiÃ, que funcionam como receptores de efluentes. Para a efetivaÃÃo do estudo, foram usados os viveiros denominados B2 e 15, com Ãreas de 2,4 e 9,2 hectares, respectivamente. Em cada um deles foram realizados trÃs ciclos de cultivo, ao longo do ano 2000, obedecendo a seguinte seqÃÃncia: 26 de fevereiro a 23 de maio (92 dias); 21 de junho a 23 de setembro (97 dias) e 13 de outubro a 29 de dezembro (78 dias). O povoamento dos viveiros efetuou-se com pÃs-larvas PL20, em densidades variando entre 15,8 e 31,0 PLâs/m2. A alimentaÃÃo dos camarÃes deu-se à base de raÃÃo comercial peletizada com 35% de proteÃna e o acompanhamento do crescimento foi feito atravÃs de biometrias mensais, com amostras correspondentes a 1% da populaÃÃo de cada viveiro. Como mÃdia dos trÃs ciclos de cultivo, obteve-se para o viveiro B2, um crescimento de 0,84 g/semana, produtividade de 1.890 Kg/ha e sobrevivÃncia de 61,9 % e para o viveiro 15, 1,08 g/semana, 962 Kg/ha e 47,9 %, respectivamente. Para os estudos hidrolÃgico e biolÃgico dos viveiros foram tomadas amostras de Ãgua subsuperficiais, na entrada e saÃda de cada ambiente, em meses correspondentes Ãs fases inicial e final de cada ciclo de cultivo, efetuando-se tambÃm uma anÃlise nictemeral no mÃs de setembro de 2000. Nos rios, as amostras foram coletadas em um ponto do Rio ParaÃba (estaÃÃo 1), dois pontos no Rio Mandacaru (estaÃÃes. 2 e 3) e dois no Rio Tambià (estaÃÃes. 4 e 5). Foram realizadas medidas de transparÃncia, pH e temperatura e anÃlises de salinidade, oxigÃnio dissolvido, demanda bioquÃmica de oxigÃnio, amÃnia, nitrito, nitrato, fosfato, silicato e clorofila a. Pela anÃlise multivariada dos dados, foi possÃvel identificar ambientes com perfis bem distintos, considerando-se os parÃmetros analisados. O Grupo 1 associou a estaÃÃo 1 nas fases de baixa -mar e preamar e as estaÃÃes 2, 3 e 5 nas preamares, onde ficou evidenciada uma maior influÃncia do fluxo marinho. O Grupo 2 compreendeu as estaÃÃes 2, 3 e 5 durante as baixa-mares e permitiu assinalar a aÃÃo de um fluxo intermediÃrio de Ãguas marinhas e limnÃticas. O Grupo 3 reuniu dados dos viveiros B2 e 15, que apresentaram caracterÃsticas hidrolÃgicas diferentes do ecossistema externo. O Grupo 4 englobou as baixa-mares e preamares da estaÃÃo 4, que apresentou teores crÃticos de oxigÃnio dissolvido e bastante elevados de amÃnia e DBO, em funÃÃo da grande quantidade de esgotos domÃsticos oriundos da cidade de JoÃo Pessoa. Na anÃlise dos Componentes Principais, os fatores 1 e 2 explicaram 78,52% da variaÃÃo dos dados e mostraram uma participaÃÃo positiva das preamares nas condiÃÃes ambientais. Por outro lado, foi observado um efeito negativo das baixamares provocando elevados nÃveis de amÃnia, fosfato, silicato e DBO. Para os viveiros B2 e 15, a influÃncia da Ãgua de abastecimento, as tÃcnicas de manejo utilizadas e os prÃprios processos biolÃgicos internos, permitiram evidenciar condiÃÃes ambientais bem diferenciadas em relaÃÃo ao meio externo e bastante adequadas ao cultivo dos camarÃes

ASSUNTO(S)

water quality shrimp culture litopenaeus vannamei carcinicultura qualidade de Ãgua clorofila a nutrients oceanografia litopenaeus vannamei nutrientes chlorofyll a

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