Valoração econômica dos recursos naturais : uma aplicação para o setor industrial de Caxias do Sul

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A relação economia e meio ambiente, retratada pela teoria econômica desde autores como David Ricardo, Thomas Malthus e Marx, tornou-se mais evidente após a década de 60 (século XX) em função dos processos de industrialização nos principais países do mundo. Intelectuais, como os que formaram o Clube de Roma, ressaltavam a tendência à escassez dos recursos naturais pela superexploração. Porém, uma área ainda é bastante polêmica dentro da relação entre economia e meio ambiente: a da valoração econômica. Os métodos usualmente propostos tendem a valorar os recursos naturais através da revelação das preferências. Normalmente, os recursos naturais não possuem um mercado real, fazendo-se necessário recorrer-se a um mercado hipotético para revelar a preferência dos agentes econômicos. Para fazer uma discussão acerca do tema, esta tese está dividida em três ensaios. No primeiro fez-se uma revisão sobre as teorias que evidenciam a relação entre economia e meio ambiente. No segundo aplicou-se o método da valoração contingente usando a Represa Dal Bó, em Caxias do Sul, como objeto no qual se desejou encontrar a disposição a pagar por sua preservação. Para o tratamento das informações aplicou-se uma regressão logística do tipo Logit. Por fim, no terceiro apresentou-se a Análise Custo Efetividade como uma alternativa a valoração ou precificação de um recurso natural. Para tanto, utilizou-se a situação dos recursos hídricos de Caxias do Sul para um exercício aplicando a ACE. Como conclusão, tem-se que a relação entre economia e meio ambiente é polêmica, sobretudo no que diz respeito à valoração. Ao aplicar o MVC, este apresentou resultados econométricos não muito significativos, confirmando as limitações do método. Mesmo assim, aponta com uma probabilidade de 69% uma disposição a pagar de mais de R$ 4,00/mês. Já para a aplicação da Análise Custo Efetividade, ao considerar-se apenas o setor industrial, tem–se que uma tarifa incitativa seria, no mínimo, de R$ 636,68 ton/ano representando o custo marginal para tratar a matéria orgânica medida pela demanda química de oxigênio. Ao acrescentar outros setores tem-se que a tarifa diminui para R$ 572,32 ton/ano devido ao custo marginal menor do setor doméstico. Pelos exercícios propostos a análise custo efetividade se mostra viável para valorar os recursos naturais sem, necessariamente, os precificar diretamente.

ASSUNTO(S)

caxias do sul (rs) environmental economics recursos naturais contingent valuation economia ambiental cost- efectiveness meio ambiente indústria

Documentos Relacionados