Valoração de atributos de qualidade no preço de pêssegos do estado de São Paulo / Evaluation of quality attributes in the prices of peaches in the state of São Paulo

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Foram especificados modelos econométricos para estimativas de preços implícitos de atributos selecionados de qualidade em pêssegos comercializados no estado de São Paulo, em três elos da cadeia: produtor, atacado e varejo. Os dados referentes aos preços de venda de pêssegos e às características de qualidade dos frutos (como cor, tamanho, tipos de variedade/espécie e tipos de danos) foram obtidos a partir de cortes seccionais no tempo, classificados da seguinte forma: Produtores: período compreendido entre os anos de 2003 e 2006 para os produtores de uma cooperativa no município de Holambra - SP; Atacadistas: período compreendido entre os anos de 2005 e 2006 para atacadistas da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo - CEAGESP; Varejistas: ao ano de 2006 para dois varejistas selecionados no município de Piracicaba - SP. O Modelo de Preços Hedônicos foi proposto para valoração das características ao longo desse sistema de pós-colheita para os três elos. Os resultados obtidos permitiram identificar potenciais ganhos nos três elos da cadeia a partir do aprimoramento de atributos de qualidade dessa fruta. Para a análise dos resultados definiu-se que para cada elo há um pêssego-base, com características consideradas "padrão" de qualidade pelo mercado e pela literatura. Logo, a análise das perdas em função da ocorrência de cada característica foi realizada em relação ao preço estimado do pêssego-base de cada elo, mantendo-se as demais características constantes. Para o elo produtor obteve-se que se os pêssegos fossem comercializados na 2ª semana de janeiro (final da safra), seria observada uma redução de R$ 4,00/kg ou de 71% no preço do pêssego-base deste elo (R$ 5,62/kg). Dentro da classificação das variedades, a "Flor da Prince" conferiu maior perda, equivalente a R$ 2,17/kg ou de 39%. Para as classificações referentes ao calibre e à categoria, destacaram-se o "calibre pequeno", com perda de R$ 3,52/kg ou de 63% e "sem categoria" com perda de R$ 3,47/kg ou de 62%. Já para o elo atacado, se os pêssegos comercializados pertencessem à variedade São Pedro, seria observada uma redução de R$ 4,89/cx ou de 31% no preço do pêssego-base deste elo (R$ 15,69/cx). Em termos de tamanho, se os frutos deste elo apresentassem calibre pequeno, seria observada uma perda de R$ 6,13/cx ou de 39%. Com relação à presença de danos, se cada caixa contivesse uma quantidade média de danos por doença de 50%, seria observada uma redução de R$ 5,29/cx ou de 34%, a partir de uma quantidade média de danos inicial de 5% do pêssego-base. Finalmente, para o elo varejo obteve-se que se os frutos fossem oriundos do Varejão B (de qualidade inferior), o preço do pêssego-base (R$ 5,60/kg) apresentaria uma redução de R$ 0,57/kg ou de aproximadamente 10%. Frutos de calibre pequeno confeririam perdas relevantes, sendo de R$ 1,95/kg ou de 35% do preço estimado para o pêssego-base. Com relação à presença de danos, se as amostras apresentassem uma quantidade média de danos por doença ou mecânicos de 50%, seriam observadas perdas de R$ 2,52/kg e de R$ 0,13/kg ou, em termos relativos, de 45% e 2,35%, respectivamente, a partir de uma quantidade inicial média de danos por doença de 3% e de danos mecânicos de 40% do pêssego-base.

ASSUNTO(S)

peach pêssego - qualidade pós-colheita supply chain quality post-harvest cadeia de suprimentos hedonic price losses. preços hedônicos. evaluation

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