Valor prognóstico dos critérios de obesidade em pacientes submetidos a intervenção coronária percutânea
AUTOR(ES)
Tarastchuk, José Carlos Estival, Bueno, Ronaldo da Rocha Loures, Andrade, Paulo Maurício Piá de, Nercolini, Deborah Christina, Guérios, Ênio Eduardo, Ferraz, João Gustavo Gongora
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
INTRODUÇÃO: Não há critérios de obesidade específicos para a população brasileira. Os pontos de corte preconizados para os sexos feminino e masculino (circunferência abdominal [CA] - 80 cm e 90 cm, relação cintura-quadril [RCQ] - 0,80 e 0,90, índice de conicidade - 1,18 e 1,25, e índice de massa corporal [IMC] - 30, respectivamente) necessitam ser validados como fatores prognósticos após intervenção coronária percutânea (ICP). OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi verificar os pontos de corte de índices antropométricos da população estudada e compará-los à literatura, quanto à ocorrência de desfechos pós-ICP. MÉTODO: Foram incluídos nesta análise 308 pacientes submetidos a ICP, predominantemente do sexo masculino (60,7%), com idade de 61,9 ± 11,1 anos. Após seis meses, pesquisaram-se os desfechos óbito, infarto agudo do miocárdio, revascularização do vaso-alvo, angina ou prova funcional isquêmica. Os pacientes foram divididos em: Grupo 1 (com desfechos; n = 91) e Grupo 2 (sem desfechos; n = 217). Para obtenção dos pontos de corte, foram construídas curvas receiver operating characteristic (ROC) dos índices antropométricos versus desfechos. RESULTADOS: Nas mulheres, os pontos de corte encontrados foram: CA, 102 cm; RCQ, 0,93; índice de conicidade, 1,18; e IMC, 24,5. Nos homens, os pontos de corte foram: CA, 102 cm; RCQ, 0,94; índice de conicidade, 1,24; e IMC, 24,98. Comparados à literatura, os valores obtidos de CA e RCQ, para ambos os sexos, ganharam em especificidade, mas perderam em sensibilidade, enquanto o contrário foi observado para o IMC. O índice de conicidade coincidiu com os valores da literatura no sexo feminino; no sexo masculino, porém, aumentou a sensibilidade, mas diminuiu a especificidade. O poder discriminatório foi baixo para todos os índices, que não se mostraram preditores de desfechos no médio prazo pós-ICP. CONCLUSÃO: Nesta comparação, os pontos de corte dos índices antropométricos que melhor se correlacionam com desfechos pós-ICP não coincidiram com os da literatura. Esses pontos de corte, por um lado, ganharam sensibilidade (ou especificidade), mas, por outro, perderam especificidade (ou sensibilidade) e não se mostraram preditores de desfechos no médio prazo pós-ICP. Nossos dados sugerem que, para valor prognóstico, limites específicos para cada população e doença necessitam ser estabelecidos.
ASSUNTO(S)
obesidade antropometria angioplastia transluminal percutânea coronária
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