Valor do Ângulo Qrs-T na Predição de Indução de Taquiarritmias Ventriculares em Pacientes Chagásicos
AUTOR(ES)
Zampa, Hugo Bizetto, Moreira, Dalmo AR, Ferreira Filho, Carlos Alberto Brandão, Souza, Charles Rios, Menezes, Camila Caldas, Hirata, Henrique Seichii, Armaganijan, Luciana Vidal
FONTE
Arq. Bras. Cardiol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
28/10/2014
RESUMO
Fundamento:O ângulo QRS-T mostra correlação com prognóstico em pacientes com insuficiência cardíaca e doença coronariana, traduzido por um aumento na mortalidade proporcional ao aumento na diferença entre os eixos do complexo QRS e da onda T no plano frontal. Até hoje, nenhuma informação a este respeito foi obtida em pacientes com cardiopatia chagásica.Objetivo:Correlacionar o ângulo QRS-T com a indução de taquicardia ventricular / fibrilação ventricular (TV / FV) em chagásicos durante estudo eletrofisiológico (EEF).Métodos:Estudo caso-controle em centro terciário. Pacientes sem indução de TV / FV ao EEF foram utilizados como controles. O ângulo QRS-T foi categorizado como normal (0-105º), limítrofe (105-135º) e anormal (135-180º). As diferenças entre os grupos foram analisadas pelo teste t ou teste de Mann-Whitney para variáveis contínuas, e teste exato de Fisher ou qui-quadrado para variáveis categóricas. Valores de p < 0,05 foram considerados significativos.Resultados:De 116 pacientes submetidos ao EEF, 37,9% foram excluídos por estarem com dados incompletos / prontuários inativos ou pela impossibilidade de se calcular corretamente o ângulo QRS-T (presença de bloqueio de ramo esquerdo e fibrilação atrial). De 72 pacientes incluídos, 31 induziram TV / FV ao EEF. Destes, o ângulo QRS-T se encontrava normal em 41,9%, limítrofe em 12,9% e anormal em 45,2%. No grupo de pacientes sem indução de TV / FV, o ângulo QRS-T se encontrava normal em 63,4%, limítrofe em 14,6% e anormal em 17,1% (p = 0,04). Quando comparados aos pacientes com ângulo QRS-T normal, o risco de indução de TV / FV nos pacientes com ângulo anormal foi quatro vezes maior [odds ratio (OR) 4; intervalo de confiança (IC) 1,298-12,325; p = 0,028). Após ajuste para outras variáveis como idade, fração de ejeção (FE) e tamanho do QRS, houve tendência do ângulo QRS-T anormal em identificar pacientes com maior risco de indução de TV / FV (OR 3,95; IC 0,99-15,82; p = 0,052). A FE também se evidenciou como preditora de indução de TV / FV: um ponto de aumento na FE reduziu em 4% a taxa de indução de arritmia ventricular sustentada ao EEF.Conclusões:Alterações no ângulo QRS-T e redução na FE estiveram associadas a um aumento no risco de indução de TV / FV ao EEF.
ASSUNTO(S)
taquicardia ventricular arritmias cardíacas doença de chagas eletrocardiografia estudos de casos e controles
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