Validade de histórias ocupacionais de informantes secundários

AUTOR(ES)
FONTE

Revista de Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

2000-10

RESUMO

OBJETIVO: Embora sejam freqüentes os estudos epidemiológicos trazendo informações ocupacionais obtidas em entrevistas com familiares de trabalhadores, há poucos trabalhos analisando a validade dessas informações, sendo nenhum deles realizados em países em desenvolvimento. Objetivou-se estudar a validade do uso de informações ocupacionais obtidas de informantes secundários em estudos epidemiológicos, pela análise de concordância entre histórias ocupacionais obtidas em entrevistas independentes com os próprios trabalhadores e seus familiares. MÉTODOS: A história ocupacional de trabalhadores, residentes no Município de Botucatu, SP, em 1998, foi obtida por entrevistas com os próprios trabalhadores e com os familiares próximos. Calcularam-se a sensibilidade e a especificidade das informações ocupacionais dos familiares, considerando-se "padrão-ouro" a informação do trabalhador. Avaliou-se a concordância dos pares de informação pelo coeficiente Kappa. RESULTADOS: Foram entrevistados 2.163 pares trabalhador/familiar. A sensibilidade da informação ocupacional dos familiares variou entre 77,5% (IC95%; 64,6% -- 90,4%) e 98,9% (97,3% -- 100,0%), enquanto a especificidade variou entre 96,9% (96,0% -- 97,7%) e 99,9% (99,7% -- 100,0%). O coeficiente Kappa para a concordância da informação ocupação principal, segundo as duas fontes, foi de 0,86 (0,85 -- 0,88). CONCLUSÕES: A utilização de informações ocupacionais obtidas de informantes secundários, se tratadas como variáveis categóricas, tem validade. Utilizando-se informações relativas a tempos acumulados de trabalho, concluiu-se que informantes secundários subestimam os tempos de exposição quando comparados com os próprios trabalhadores.

ASSUNTO(S)

saúde ocupacional validade trabalho entrevistas sensibilidade e especificidade família estudos casos-controles ocupações história ocupacional

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