Valeriana glechomifolia : crescimento e produção de valepotriatos em diferentes meios nutritivos e avaliação preliminar de atividade neurofarmacológica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Valeriana glechomifolia é uma espécie vegetal endêmica da região sul do Brasil. Ela acumula valepotriatos em todos os seus órgãos, que são os possíveis componentes sedativos das espécies de Valeriana utilizadas farmaceuticamente. Foi comparado o crescimento in vitro de V. glechomifolia em meios de cultura sólidos Murashige e Skoog completo (MS), com 75% dos nutrientes inorgânicos (MS 75) ou em uma formulação modificada (M ) em culturas mantidas a longo prazo, por até 9 meses sem subcultura. Alterações da biomassa, do desenvolvimento de raízes e partes aéreas, bem como a produção dos valepotriatos acevaltrato, valtrato e diidrovaltrato foram avaliadas mensalmente. O maior aumento de biomassa e desenvolvimento foliar foi detectado em plantas cultivadas em meio MS, e o melhor desenvolvimento radicular foi observado em plantas cultivadas em meio MS modificado (M ) durante o cultivo. A análise por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência mostrou que o máximo de rendimento de valtrato e diidrovaltrato foi após os seis meses de cultivo em plantas em meio M , enquanto a maior concentração de acevaltrato foi encontrada em plântulas cultivadas em meio MS 75, após sete meses de cultivo. Os resultados sugerem uma relação direta entre crescimento e acúmulo de valepotriatos, e um efeito positivo do aumento da quantidade de micronutrientes e de mesoinositol nos rendimentos valepotriatos em plantas mantidas em longo período de cultivo. Também foi analisado o efeito neurocomportamental de um extrato contendo uma mistura de valepotriatos (EV) de V. glechomifolia. Camundongos adultos foram tratados com doses de 1, 3 e 10 mg/kg de EV ou veículo, 30 minutos antes dos testes. Durante a exploração no campo aberto, os camundongos tratados com 10 mg/kg mostraram redução na locomoção e no comportamento exploratório (número de rearings) em comparação aos animais controle, e o EV não induziu alteração na ansiedade. Todos os grupos realizaram normalmente a tarefa de memória de reconhecimento de novo objeto, exceto o grupo que recebeu 3 mg/kg, que apresentou piora na memória de reconhecimento do novo objeto. Os resultados indicaram que os camundongos tratados com valepotriatos não apresentaram déficits de memória aversiva de longa duração, e apenas a dose de 3 mg/kg apresentou um prejuízo na tarefa de memória de reconhecimento de novo objeto, além de uma possível propriedade sedativa na dose de 10 mg/kg.

ASSUNTO(S)

valerian valeriana glechomifolia in vitro cultures valepotriatos pharmacological activity

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