Utilização e destino do carbono orgânico dissolvido em um reservatório eutrófico (Barra Bonita, SP).
AUTOR(ES)
Rafael Spadaccia Panhota
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
Os estoques de compostos orgânicos dissolvidos dos ambientes aquáticos representam um dos maiores reservatórios de C orgânico ativo na biosfera. É amplamente aceito que a matéria orgânica dissolvida representa um componente dinâmico na interação entre geosfera, hidrosfera e biosfera e como tal, tem o potencial para influenciar o ciclo global do carbono. Talvez a mais importante característica da matéria orgânica dissolvida seja seu potencial de biodisponibilidade. Por se tratar de uma mistura complexa de compostos orgânicos, técnicas de ultrafiltração têm sido empregadas no fracionamento da MOD em compostos de diferentes massas moleculares visando melhor entendimento da sua dinâmica e utilização pelo bacterioplâncton. Nesse contexto, esse estudo teve como objetivo quantificar a variação sazonal das concentrações de carbono orgânico dissolvido, suas proporções de compostos de alta e baixa massas moleculares e verificar tais variações em função de algumas variáveis limnológicas num reservatório eutrofizado do rio Tietê (Barra Bonita, SP). Por meio de bioensaios em laboratório, visou ainda, determinar os coeficientes de perda de massa e as rotas de mineralização aeróbia de diferentes compostos dissolvidos (COD presente na água do reservatório, lixiviado das macrófitas aquáticas Pistia stratiotes e Eichhornia crassipes) e suas frações de alta (>10 kDa) e baixa (<10 kDa) massas moleculares. Os resultados mostraram que as concentrações do COD foram maiores no período de chuvas, devido provavelmente ao aumento da produção primária (estimulada pela maior concentração de nutrientes, principalmente o fósforo) e entrada de material alóctone, com predomínio dos compostos de alta massa molecular. Nos bioensaios, os lixiviados apresentaram maiores coeficientes de perda de massa em relação ao COD presente na água do reservatório e a principal via de mineralização dos lixiviados foi a oxidação biológica/química rápida (fração lábil); a formação de COP gerou baixos rendimentos, sendo o lixiviado de P. stratiotes maior gerador de COP do que o de E. crassipes. Na decomposição, os compostos de baixa massa molecular dos lixiviados foram mais utilizados do que os de alta massa molecular, gerando maior demanda de oxigênio. No experimento de mineralização do COD do reservatório, a oxidação biológica e/ou química lentas (frações refratárias) foi a principal via de mineralização, a formação de COP apresentou baixos rendimentos e a demanda de oxigênio foi menor (em relação aos lixiviados). Os resultados indicaram possíveis variações no uso e destino do COD pelo bacterioplâncton de diferentes regiões do reservatório.
ASSUNTO(S)
limnologia bacterioplâncton líquidos lixiviados macrófitas aquáticas cinética modelagem genetica
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1621Documentos Relacionados
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