Utilização de serviços públicos e privados de saúde, segundo inquérito telefônico na população de Belo Horizonte, 2009

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar a utilização dos serviços de saúde públicos e privados na população de Belo Horizonte, Minas Gerais. Foram realizadas entrevistas telefônicas com indivíduos maiores de 18 anos, residentes na cidade de Belo Horizonte, que participaram do Sistema de Monitoramento de Doenças Crônicas não Transmissíveis por Inquérito Telefônico do Ministério da Saúde (Vigilância de Fatores e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico/VIGITEL), no ano de 2009. Foram aplicados dois questionários distintos na mesma população (n = 288), o primeiro pelo Ministério da Saúde e o segundo pela UFMG sobre acesso, utilização e avaliação dos serviços de Saúde, formou-se base de dados única. A análise dos dados foi realizada com o uso dos fatores de ponderação para corrigir, ao menos parcialmente, vícios nas estimativas para a população residente no município de Belo Horizonte, determinados pela não cobertura universal da rede telefônica. A caracterização da amostra estudada foi realizada por meio do cálculo das frequências absolutas e relativas e dos respectivos Intervalos de Confiança de 95% (IC 95%) segundo a classificação de usuário dos serviços de saúde em exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) ou beneficiário da Saúde Suplementar (SS). As diferenças estatísticas foram avaliadas usando-se os testes de qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher. Foi considerado o nível de significância estatística de 5% (p<0,05). Os resultados deste estudo mostraram diferenças demográficas entre os usuários exclusivos do SUS e os beneficiários da SS em Belo Horizonte. Os usuários exclusivos SUS apresentaram menor escolaridade, eram mais jovens, solteiros e da cor de pele parda e morena. Já os beneficiários da SS tinham maior escolaridade, eram mais velhos, casados e da cor de pele branca. Além disso, houve igualdade na necessidade e na procura de serviços de saúde nas duas últimas semanas anteriores à realização do estudo, porém, o sucesso no atendimento foi maior entre os beneficiários da SS. Outro resultado de destaque foi a consolidação da atenção primária como porta de entrada na rede assistencial do SUS pelos seus usuários exclusivos em detrimento da maior procura pelos setores secundário e terciário entre os beneficiários da SS. No que diz respeito aos serviços utilizados, houve igualdade na realização de exames radiológicos, laboratoriais e do check-up em menos de um ano, do uso da vacina e do recebimento de visitas por agentes sanitários. Por outro lado, os usuários exclusivos do SUS foram encaminhados em maior frequência para consultas com especialistas e outros serviços de saúde. Ademais, houve, também, igualdade no conhecimento sobre o SUS e o Programa de Saúde da Família e na avaliação positiva do atendimento recebido. Concluindo, foram observadas iniquidades no acesso e utilização dos serviços de saúde entre os usuários exclusivos do SUS e os beneficiários da SS. Entretanto os serviços o uso de serviços de vacina e agente sanitário se mostraram universais e de amplo acesso a toda população. A atenção primária está consolidada como porta de entrada aos serviços de saúde pelos usuários exclusivos do SUS. Os exames preventivos e de rastreamento, check-up, em menos de um ano foram similares para os dois grupos. O atendimento recebido foi avaliado positivamente independente do sistema de financiamento.

ASSUNTO(S)

saúde suplementar/utilização decs sistema Único de saúde/utilização decs acesso aos serviços de saúde/estatística &dados numéricos decs pesquisa qualitativa decs dissertações acadêmicas decs enfermagem decs enfermagem teses humanos decs telefone decs brasil decs avaliação de serviços de saúde decs distribuição de qui-quadrado decs fatores socioeconômicos decs

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