SUSTAINABLE USE OF THE ITABAIANA HILL: PRESERVATION OR ECOTURISMO / USO SUSTENTÁVEL DA SERRA DE ITABAIANA: PRESERVAÇÃO OU ECOTURISMO

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Este estudo apresenta os resultados da pesquisa que consistiu na verificação das potencialidades e perspectivas da prática da atividade ecoturística na Serra de Itabaiana, considerando as dimensões institucional, legal, econômica, ecológica e cultural de sua sustentabilidade. A Serra de Itabaiana é uma Unidade de Conservação em fase de implantação como estação ecológica desde 1978. Como tal, seu uso é restrito à preservação, à pesquisa científica e à educação ambiental. Em face da ocorrência de conflitos e insatisfação das comunidades do entorno devido às proibições de uso, entendemos o ecoturismo como atividade conciliadora entre desenvolvimento e preservação da natureza. Preservação ambiental e atividade turística são compatíveis e podem permitir a manutenção da cultura e a geração de renda das populações do entorno de Unidades de Conservação. No ecoturismo a natureza é o atrativo de consumo e sua prática é norteada pela ética da sustentabilidade que internaliza a natureza como patrimônio natural e cultural. As variáveis adotadas foram norteadas pelos estudos de Beni (2002) e Bóullon (2002), fundamentadas nas dimensões de sustentabilidade. Como instrumental, utilizou-se de fontes bibliográficas e documentais, entrevistas, visitas à Serra de Itabaiana com georreferenciamento de pontos ecoturísticos e registros fotográficos. O conjunto natural que se constitui a Serra de Itabaiana, cuja elevação de 669 m destaca-se na paisagem rebaixada de seu entorno, foi tomado como uma macropaisagem, subdividida em quatro unidades potenciais para o ecoturismo: o topo, a vertente Oeste, a vertente Este e os vales. Sua morfologia apresenta uma vertente abrupta e rochosa à Oeste e outra com decalagem mais suave à Este. Esta vertente é coberta por campos rupestres, cerrados, restinga e mata atlântica, por onde correm, envoltos pela mata de galeria, quatro nascentes com leitos encachoeirados e pequenas bacias de acumulação que formam piscinas naturais e conformam uma diversidade de ecossistemas de grande valor, justificando restrições ao uso. Outro aspecto relevante identificado consiste na incorporação de vários elementos da Serra na cultura sergipana através de histórias e lendas, o que a torna um lugar especial e potencial para o ecoturismo. Quanto às perspectivas de abertura da Serra de Itabaiana ao uso do ecoturismo, as entrevistas realizadas junto a proprietários de terra, moradores do entorno, agências de turismo, guias e órgãos municipais, estaduais e ao IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis, balizaram nosso entendimento de que o uso ecoturístico apresenta-se como alternativa possível, desde que se proceda uma mudança na tipologia da Unidade de Conservação, de Estação Ecológica para outro tipo compatível. Embora já tenha um estudo em andamento no IBAMA, amparado pela Lei n 9.985/2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), e incentiva o ecoturismo em Unidades de Conservação e no seu entorno, como alternativa de desenvolvimento, a análise retrospectiva do processo demonstra carência de envolvimento e compromisso, em vários níveis, dos atores sociais e institucionais envolvidos com a preservação do patrimônio natural e cultural que se constitui a Serra de Itabaiana.

ASSUNTO(S)

ecoturismo serra de itabaiana,sergipe sustainability sustentabilidade outros conservation unit unidade de conservação ecotourism itabaiana hill, sergipe

Documentos Relacionados