Uso indevido de drogas e função sexual em adolescentes com doenças crônicas
AUTOR(ES)
Araújo, Priscila, Carvalho, Márcio Guilherme Nunes, van Weelden, Marlon, Lourenço, Benito, Queiroz, Lígia Bruni, Silva, Clovis Artur
FONTE
Rev. paul. pediatr.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-09
RESUMO
Resumo Objetivo: Avaliar o uso indevido de álcool/tabaco e/ou de drogas ilícitas em doenças crônicas (DCs). Métodos: Estudo transversal com 220 adolescentes com DCs e 110 controles saudáveis, incluindo: dados demográficos/antropométricos; marcadores de puberdade; questionário modificado de avaliação da função sexual, abuso de álcool/tabagismo/drogas ilícitas e assédio moral; e o uso do instrumento CRAFFT (car/relax/alone/forget/friends/trouble) pelo médico para o abuso/dependência de substâncias de alto risco. Resultados: As frequências de uso de álcool/tabaco e/ou drogas ilícitas foram semelhantes em ambos os grupos (30% vs. 34%, p=0,529), assim como as frequências de assédio moral (42% vs. 41%, p=0,905). Uma análise mais aprofundada apenas em pacientes com DCs que usaram álcool/tabaco/droga ilícita versus aqueles que não usaram mostrou que a idade mediana atual [15 (11-18) vs. 14 (10-18) anos, p <0,0001] e os anos de escolaridade [9 (5-14) vs. 8 (3-12) anos, p <0,0001] foram significativamente maiores no grupo que fazia uso das substâncias. As frequências de Tanner 5 (p <0,0001), menarca (p <0,0001) e espermarca (p=0,001) também foram significativamente maiores em pacientes com DCs que usaram álcool/tabaco/drogas ilícitas, assim como a atividade sexual (23% vs. 3%, p <0,0001). A tendência de baixa frequência de terapia com medicamentos foi observada em pacientes que usaram substâncias (70% vs. 82%, p=0,051). Observou-se uma correlação positiva entre o score no CRAFFT e a idade atual em pacientes com DCs (p=0,005, r=+0,189) e controles (p=0,018, r=+0,226). Conclusões: A idade mais avançada foi demonstrada em pacientes com DCs que relataram uso indevido de drogas lícitas/ilícitas. Em adolescente com DCs, o uso das substâncias resultou em maior propensão à prática de relações sexuais. Nosso estudo reforça que esses pacientes devem ser sistematicamente avaliados pelos pediatras em relação a padrões de comportamento de saúde relacionados com drogas.
ASSUNTO(S)
alcoolismo tabaco drogas ilícitas assédio moral adolescente doença crônica
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