uso e monitoramento de indicadores microbiológicos para avaliação da qualidade dos solos de cerrado sob diferentes agroecossistemas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Embora a avaliação da qualidade de um solo seja uma tarefa complexa, sua determinação tem sido sugerida como uma ferramenta importante para acessar a sustentabilidade de longo prazo dos sistemas agrícolas. A seleção dos atributos do solo que servirão como indicadores de qualidade de solo, os níveis críticos desses atributos e como agregá-los em um índice de qualidade são algumas das dificuldades encontradas para quantificar a qualidade do solo. No capítulo 1 dessa tese foi avaliado o uso do carbono da biomassa microbiana (CBM) e da atividade enzimática (β-glicosidase, fosfatase ácida e arilsulfatase) como indicadores de qualidade do solo em diversos agroecossistemas da região dos cerrados comparando-os a atributos químicos (pH, matéria orgânica, teores de P, Ca, Mg, K, CTC e saturação por alumínio) e físicos (densidade aparente, porosidade total, macroporosidade e microporosidade) do solo. Amostras de solo foram coletadas em fevereiro de 2006, na profundidade de 0 a 10 cm, em três áreas: área I, rotação soja/milho sob plantio direto (PD) e plantio convencional (PC) iniciado em 1992; área II, plantio de 16 anos de idade com as espécies florestais: pinus (Pinus tecunumanii), eucalipto (Eucalyptus grandis) e carvoeiro (Sclerolobium paniculatum Vogel) e área III, experimento iniciado em 1991 com sistemas integrados lavoura/pecuária onde foram avaliados cinco sistemas de manejo: pastagem contínua de gramínea, pastagem consorciada contínua, rotação de pastagem consorciada/lavoura, rotação lavoura/pastagem consorciada e lavoura contínua sob PD. Em cada local, áreas adjacentes sob vegetação nativa de Cerrado foram incluídas no estudo sendo utilizadas como referência das condições originais do solo. Uma análise de componentes principais destacou a presença dos indicadores microbiológicos entre os parâmetros com maior sensibilidade para diferenciar os agroecossistemas avaliados reforçando a importância da inclusão dos mesmos nos estudos e nos cálculos dos índices de qualidade de solo. De uma maneira geral, as diferenças detectadas por esses indicadores foram mais acentuadas quando os agroecossistemas foram comparados às áreas sob vegetação nativa. Mesmo assim os indicadores microbiológicos foram capazes de revelar diferenças entre os agroecossistemas que, muito provavelmente, não teriam sido observadas com o uso das análises de rotina de química e física de solo, especialmente na área III. No capítulo 2 o software SIMOQS, Sistema de Monitoramento da Qualidade do Solo, desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa, foi utilizado para calcular Índices de Qualidade do Solo (IQS) usando atributos químicos (pH, matéria orgânica, teores de P, Ca, Mg, K, CTC e saturação por alumínio), físicos (densidade aparente, porosidade total, macroporosidade e microporosidade) e biológicos (carbono da biomassa microbiana, atividade das enzimas β-glicosidase, fosfatase ácida e arilsulfatase) e para monitorar no período de 1998 a 2006 a qualidade do solo nas áreas 1 e 3 avaliadas no capitulo 1. O uso do SIMOQS foi eficaz como ferramenta para o monitoramento da qualidade do solo nos diferentes agroecossistemas avaliados. Através dos cálculos do IQS foi possível confirmar os benefícios das pastagens bem manejadas (principalmente quando em consórcio com leguminosas), da rotação lavoura/pastagem e do plantio direto como sistemas de manejo capazes de melhorarem a qualidade dos solos de cerrado.

ASSUNTO(S)

carbono da biomassa microbiana sistemas integrados lavoura/pecuária ciencia do solo pastagem pastures microbial biomass carbon no- tillage plantio direto plantio convencional conventional tillage índices de qualidade de solo pine atividade enzimática do solo pinus soil enzyme activities lay/farming systems soil quality index eucalipto eucalyptus

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