Uso e diversidade de plantas medicinais em uma comunidade quilombola no Raso da Catarina, Bahia

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Bot. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-12

RESUMO

A contribuição dos povos afrodescendentes é de extrema importância para a formação da cultura brasileira. Esses povos são em parte representados pelas comunidades remanescentes de quilombos, que mantém costumes e conhecimentos sobre utilização e manejo dos recursos vegetais. Esta pesquisa teve como objetivos inventariar as plantas medicinais utilizadas bem como medir a saliência cultural das mesmas, na comunidade Casinhas, município de Jeremoabo, estado da Bahia, localizada numa região de Caatinga. Para coleta dos dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com sete pessoas reconhecidas pela comunidade como os maiores detentores do conhecimento sobre plantas. Os resultados indicam que 87 espécies são utilizadas na medicina tradicional local, merecendo destaque Poincianella pyramidalis (catingueira), que apresentou maior freqüência de citação e maior valor de saliência. O sistema digestório teve o maior número de indicações de plantas relacionadas às suas afecções (21 espécies); as folhas (36%) e as cascas (30%) foram as partes mais citadas nas indicações terapêuticas; o chá foi a forma de uso mais indicada (49%). A comunidade estudada depende diretamente dos recursos vegetais para suas práticas de cura. Os resultados dessa pesquisa podem servir como base para bioprospecção bem como subsídio para seleção de espécies da caatinga prioritárias para estudos posteriores de ecologia de populações, visando o seu uso e manejo sustentável.

ASSUNTO(S)

caatinga comunidades negras índice de saliência

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