Uso do ultrassom intracoronariano para a caracterização da doença arterial coronariana em pacientes com doença renal crônica

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal Brasileiro de Nefrologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-12

RESUMO

INTRODUÇÃO: Neste estudo, objetivou-se identificar os pacientes em alto risco de desenvolvimento de DAC entre todos os indivíduos com DRC tratados em um grande centro universitário para estimar a prevalência de DAC e determinar a morfologia das placas ateroscleróticas através do IVUS em comparação com seus pares com função renal preservada. MÉTODOS: Pacientes foram investigados à procura de doença arterial coronariana, e a angiografia coronariana foi realizada quando indicada. Após avaliação sistemática para DAC os pacientes que apresentaram indicação foram encaminhados para cineangiocoronariografia e IVUS. As imagens de IVUS foram comparadas as de um grupo de pacientes com DAC, mas com função renal preservada, pareados cuidadosamente para todos os fatores analisados. RESULTADOS: Cento e trinta e nove pacientes de um centro de hemodiálise foram analisados para o estudo. Aqueles que tiveram a confirmação das lesões coronarianas na angiografia mostraram níveis séricos mais baixos de hemoglobina (10,8 ± 1,5 versus 12,0 ± 19; p < 0,046) e níveis elevados de LDL (110,6 ± 25,8 versus 75,5 ± 43,1; p < 0,004) quando comparados àqueles sem DAC. O IVUS revelou um maior diâmetro de referencia proximal e uma maior área de secção transversal nos pacientes com DRC em comparação ao grupo com função renal normal (4,1 ± 0,6 versus 3.7 ± 0,5; p < 0,007 e 4,2 ± 1,6 versus 5,2 ± 1,8; p < 0,02, respectivamente). Calcificação coronariana foi identificada pelo IVUS em 81% das lesões no grupo com DRC, 31% delas em mais de 180º da circunferência arterial. Os depósitos de cálcio estavam localizados em uma camada mais profunda da parede arterial nos pacientes com DRC (69 versus 30%; p < 0,004). CONCLUSÕES: As lesões coronarianas apresentaram um maior diâmetro proximal e uma calcificação mais intensa em camada profunda da parede arterial sugerindo um efeito de remodelamento positivo exacerbado em resposta a um processo aterosclerótico mais agressivo na porção medial da parede arterial.

ASSUNTO(S)

falência renal crônica doença da artéria coronariana angiografia

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