Uso do micro-habitat e dieta de Rhinella Scitula Caramaschi &Nyemayer, 2003 (Anura, Bufonidae) no Parque Nacional da Serra do Bodoquena, Mato Grosso do Sul

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A presença de duas ou mais formas distintas em uma mesma população é conhecida como polimorfismo e as diferentes formas podem diferir em caracteristicas morfológicas e ecológicas. Anfibios são muito sensiveis a mudanças ambientais e fatores como temperatura, umidade e pressão de predação podem influenciar a seleção de habitats. O objetivo deste estudo foi verificar se o padrão polimórfico observado em Rhinella scitula apresenta associação com a complexidade estrutural do micro-habitat e a cor do substrato. Para tanto, as margens de um córrego no Parque Nacional da Serra da Bodoquena foram percorridas à procura de individuos e a cada encontro, foram quantificados os componentes estruturais e as cores do micro-habitat utilizado pelo individuo. Os cinco morfotipos ocuparam o microhabitat de forma similar, sendo encontrados em habitats recobertos por pedras na estação seca e por serapilheira na estação chuvosa. A ocorrencia dos morfotipos também não foi explicada pelas cores do substrato. Os morfotipos não diferiram em comprimento corpóreo, nem em relação à distancia em que podem ser encontrados em relação a margem do córrego. De modo geral, os individuos foram encontrados mais próximos à margem na estação seca e foi observada uma relação positiva entre comprimento corpóreo e distancia da margem. A distribuilção de R. scitula no ambiente não esteve relacionada com os morfotipos apresentados pela espécie. O polimorfismo de coloração corpórea dificulta a formação de uma imagem de procura pelo predador e ambientes visualmente complexos como a serapilheira permitem que várias formas diferentes sejam cripticas, simultaneamente, proporcionando o desenvolvimento do polimorfismo.

ASSUNTO(S)

ecologia poliformismo anfibios coloracao corporea selecao de habitat

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