Uso do manguezal de Guaratiba, Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, pelo peixe-rei Atherinella brasiliensis (Quoy & Gaimard) (Atheriniformes, Atherinopsidae)

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Zoologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-06

RESUMO

Coletas padronizadas de peixes e tomadas de variáveis ambientais foram realizadas em uma região de mangue na Baía de Sepetiba visando avaliar o papel deste sistema no ciclo de vida do peixe-rei Atherinella brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824). Um programa de amostragens mensais de arrastos de praia foi realizado, em cinco locais em uma área de mangue, entre agosto de 2002 e julho de 2003 nos períodos diurno e noturno, com variáveis ambientais tendo sido tomadas em cada local. As maiores abundâncias numéricas foram registradas no local da zona intermediária do canal principal, e as menores no local mais interno. As maiores contribuições em peso ocorreram no local mais externo e próximo da conexão com o mar. A abundância numérica foi diretamente correlacionada com a temperatura e salinidade, e o peso, com a salinidade e oxigênio dissolvido (p < 0,05). A população amostrada variou de 10 a 160 mm CT, com moda de 40-50 mm CT durante todo o ano em todos os locais. O recrutamento ocorre durante todo o ano, com picos (CT = 30 mm) de outubro a dezembro de 2002 e julho de 2003, tendo sido registrados após a ocorrência dos peixes de maiores tamanhos em setembro de 2002 e junho de 2003 principalmente no local mais externo. Os maiores indivíduos se concentraram no local mais externo de substrato arenoso, áreas mais propícias para reprodução de A. brasiliensis, com os recrutas dispersando-se ao longo de todos os locais do canal do mangue que são utilizados como área de criação. A afinidade por habitats bem estruturados e a capacidade de usar eficientemente sistemas semi-fechados foi confirmada para A. brasiliensis no manguezal de Guaratiba.

ASSUNTO(S)

distribuição peixes costeiros manguezal tamanho

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