Uso do EuroSCORE como preditor de morbidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Cardiovasc. Surg.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-03

RESUMO

Objetivo: Avaliar o uso do EuroSCORE como preditor de morbidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Métodos: Foram analisados, retrospectivamente, os prontuários de 900 pacientes operados no Real Hospital Português do Recife e admitidos na unidade de terapia intensiva pós-operatória. Foram incluídos todos os pacientes com prontuários completos, sendo excluídos aqueles que foram a óbito no transoperatório, submetidos a transplante ou a correção de cardiopatia congênita. Foi avaliado o desenvolvimento de infecção respiratória, acidente vascular cerebral e insuficiência renal dialítica, sendo o EuroSCORE comparado em relação às três complicações, usando-se o teste de Mann-Whitney. A calibração do modelo para predição das morbidades estudadas foi avaliado com o teste de ajuste de bondade de Homer-Lemeshow. A acurácia do modelo foi avaliada utilizando-se a área sob a curva ROC (ASROC). Resultados: O modelo apresentou boa calibração na predição de infecção respiratória, insuficiência renal dialítica e acidente vascular cerebral (P=0,285; P=0,789; P=0,45, respectivamente), tendo boa acurácia para infecção respiratória (ASROC=0,710 e P<0,001) e insuficiência renal dialítica (ASROC=0,834 e P<0,001) e sem acurácia para acidente vascular cerebral (ASROC=0,519). Os pacientes de alto risco apresentaram maior chance de desenvolver infecção respiratória (OR=9,05; P<0,001) e insuficiência renal dialítica (OR=39,6; P<0,001). A probabilidade de desenvolver infecção respiratória e insuficiência renal dialítica foi de menos de 10% com EuroSCORE até 7 e de mais de 70% com EuroSCORE maior que 15. Conclusão: O EuroSCORE mostrou-se um bom preditor das principais morbidades pós-operatórias em cirurgia cardíaca: infecção respiratória e insuficiência renal dialítica.

ASSUNTO(S)

medição de risco morbidade procedimentos cirúrgicos cardiovasculares

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