Uso de talco nacional como aditivo adsorvente de piches e materiais pegajosos no processo de fabricação do papel

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/02/2003

RESUMO

O tema, abordando a possibilidade de uso de talco nacional a ser utilizado como aditivo para controle de piches e materiais pegajosos (pitch e stickies) na indústria do papel, envolve implicações tanto técnicas quanto econômicas, sejam para os produtores desta matéria-prima, seja para os consumidores industriais. Pitch e stickies referem-se a uma variedade de resinas orgânicas, hidrofóbicas, de composição química sem definição precisa ou constante, e aos depósitos que estas resinas causam no sistema de produção de pasta para fabricação de papel. Estes depósitos podem ocorrer em diversos pontos das fábricas, provocando perturbações no processo produtivo e na qualidade do produto. Um programa eficiente de controle destes depósitos gordurosos é de grande importância na eficiência operacional do processo. Dentre as práticas empregadas, está a de uso de aditivos e, entre esses aditivos, o talco, que por suas propriedades de adsorção dos constituintes resinosos é um dos agentes utilizados. O mercado nacional para atender a essa demanda, foi suprido quase que exclusivamente por material importado, sob alegação de melhor desempenho e efetividade na adsorção dos piches. Atualmente os produtores nacionais lutam por se impor, procurando oferecer alternativas técnica e economicamente viáveis para controle de pitch. O objetivo deste trabalho foi o de comparar o talco nacional produzido nas minas da Magnesita S.A. em Brumado, Bahia; com o talco importado, como aditivo para controle de piches e materiais pegajosos. O processo para avaliação dessa performance consistiu na realização de testes para quantificação dos depósitos de piches residuais presentes, antes e após a aplicação de talco em polpas industriais e sintéticas. Nesse processo de avaliação, destaca-se o uso de medição de adsorção de piche via espectrometria de infravermelho, método utilizado com certo grau de ineditismo nesse campo e de maior precisão do que o usualmente utilizado na indústria: a contagem no hemacitômetro. A principal variável para classificação dos tipos de talcos brasileiros testados foi a alternativa de sistemas de moagem e micronização e, portanto, os valores da área superficial específica obtidos. O talco das minas da Magnesita S.A. apresenta bons resultados quando comparados ao contra-tipo importado. Nos testes com polpas industriais, o talco importado peletizado mostra, em média, uma redução de cerca de 55% de piche contra cerca de 50% do talco nacional, valores praticamente equivalentes. Nos testes com polpas sintética/piche sintético, talcos com maiores áreas superficiais específicas mostraram tendência a melhores performances, de acordo com as relações de adsorção medidas. Nesse contexto, a eficiência do talco nacional chegou a ser superior ao produto importado, quando se consideram faixas equivalentes de área superficial específica. Pôde ser confirmado que o talco brasileiro é uma boa opção técnica e espera-se que também econômica, para uso como aditivo redutor de pitch e stickies que ocorrem no processo de produção do papel.

ASSUNTO(S)

engenharia metalúrgica teses.

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