Uso de macrolídeos em doenças pulmonares: controvérsias da literatura recente

AUTOR(ES)
FONTE

J. Pediatr. (Rio J.)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-12

RESUMO

Resumo Objetivo: Revisar os mecanismos de ação de macrolídeos em doenças respiratórias pediátricas e as suas indicações clínicas. Fonte de dados: Revisão na base de dados Pubmed, compreendendo os termos em inglês referentes ao tema básico. Síntese dos dados: O seu espectro de ação estende-se desde a produção de mediadores inflamatórios até o controle da hipersecreção de muco e a modulação de mecanismos de defesa do hospedeiro. O potencial benefício dos antibióticos macrolídeos foi estudado em doenças pulmonares como a fibrose cística, as bronquiectasias, a asma, a bronquiolite aguda e as bronquiectasias não ligadas à fibrose cística. Diversos estudos avaliaram os benefícios dos macrolídeos na asma resistente a terapia, porém os resultados são controversos e as indicações devem ser limitadas a fenótipos específicos. Na bronquiolite viral não há benefícios consistentes nos quadros agudos, embora dados recentes mostrem um efeito na prevenção de sibilância recorrente. Em pacientes com fibrose cística os resultados também são contraditórios, mas o consenso é de que há um pequeno benefício clínico, especialmente para os pacientes infectados por P. aeruginosa. Também não foi observada ação positiva dos macrolídeos em pacientes com bronquiolite obliterante pós-infecciosa. Crianças com bronquiectasias não relacionadas à fibrose cística parecem ter claros benefícios em relação ao uso de macrolídeos, os quais mostraram vantagens clínicas, de proteção ao parênquima e na função pulmonar. Conclusões: O uso em longo prazo de macrolídeos deve ser limitado a situações altamente selecionadas, especialmente em pacientes com bronquiectasias. Avaliação cuidadosa dos benefícios e potenciais danos são ferramentas para indicação em grupos específicos.

ASSUNTO(S)

doenças pulmonares macrolídeos inflamação crianças adolescentes

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