Uso de índices hematimétricos no diagnóstico diferencial de anemias microcíticas: uma abordagem a ser adotada?

AUTOR(ES)
FONTE

Revista da Associação Médica Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2002-09

RESUMO

O diagnóstico diferencial das anemias microcíticas é complexo e sua investigação laboratorial, de custo elevado. O uso de índices hematimétricos para racionalizar a abordagem diagnóstica tem sido proposto para contornar essa problemática. OBJETIVO: Avaliar a utilidade diagnóstica dos índices hematimétricos nas anemias microcíticas, de modo prospectivo, em hospital geral de alta complexidade. MÉTODOS: Foram analisados 2278 hemogramas realizados nos nossos serviços. Baseados em eletroforese de hemoglobina e ferritina, estratificamos 52 pacientes adultos com anemia microcítica em três grupos: Anemia ferropriva (AF; n=26 pacientes), Beta-Talassemia Menor (BTM; n=17) e Anemia não-ferropriva e não-beta-Talassemia (ANFNT; n=9). Avaliamos o uso dos seguintes índices hematimétricos na discriminação dos três grupos, por análise de variância e curvas ROC: RBC, VCM, HCM, RDW, índices de England e de Green. RESULTADOS: Nenhum dos índices permitiu a separação integral dos três grupos. Determinamos valores de corte para cada um dos índices e calculamos sensibilidade (S), especificidade(E), valores preditivos positivo e negativo e eficácia, em função de sua melhor discriminação. A discriminação de BTM foi melhor realizada pelo RBC acima de 5 milhões/mL, com S=82,3% e E=82,8%; enquanto a anemia ferropriva, pelo RDW acima de 16%, mas com S de apenas 69,2% e E=80,7%. CONCLUSÕES: A anemia ferropriva apresenta difícil diagnóstico presuntivo pelos índices, devendo ser realizada confirmação laboratorial. Valores elevados de RBC em anêmicos devem fazer suspeitar de traço talassêmico, sendo recomendável confirmação diagnóstica.

ASSUNTO(S)

hemograma Índices hematimétricos talassemia menor anemia ferropriva sensibilidade especificidade

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