Uso da palha de carnaúba em revestimento de dutos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/2011

RESUMO

Neste trabalho, a espécie vegetal Copernicia prunifera (Miller) H. E. Moore (carnaúba), de ocorrência natural predominante da região Nordeste do Brasil, foi alvo de estudos objetivando sua utilização como revestimento externo de dutos da indústria do petróleo. A parte da planta trabalhada foram as folhas, também chamadas de palhas, que receberam um revestimento resinoso. Para tanto, foi necessário avaliar a eficácia do uso de resinas acrílicas no revestimento da palha de carnaúba. As propriedades da palha não-tratada e tratada quimicamente com hidróxido de sódio, hexano e tetracloreto de carbono foram investigadas por FTIR-ATR, MEV e TG. As duas primeiras técnicas mostraram que os tratamentos com os solventes provocaram maiores modificações na superfície da palha, enquanto o estudo termogravimétrico indicou que o hidróxido de sódio causou variações na estabilidade térmica dos constituintes da palha. Medidas de absorção de água mostraram que os tratamentos aceleraram o processo de absorção e a redução dos valores de ângulo de contato para as amostras tratadas com os solventes indicou aumento da hidrofilicidade das palhas. Os ensaios mecânicos apresentaram menores valores de módulo elástico e tensão de ruptura para as amostras tratadas. Além disso, revestimentos com resinas comerciais puras A e B assim como composições com argila foram aplicados nas palhas e estas foram analisadas novamente através da termogravimetria, medidas de absorção de água, ângulo de contato e resistência mecânica. Para analisar o efeito do envelhecimento térmico realizado, as amostras foram submetidas mais uma vez aos ensaios mecânicos, a fim de avaliar sua resistência. Os resultados mostraram que as formulações resinas/argila aumentaram a estabilidade térmica da palha, promoveram uma boa impermeabilização e causaram significativa redução nos valores de módulo elástico e tensão de ruptura. Ao avaliar o efeito do envelhecimento nas propriedades mecânicas, percebeu-se boa recuperação nos valores de módulo e tensão para a palha revestida com as formulações A 60 e A 80%. Já os resultados de deformação mostraram que os valores permaneceram bem próximos. Dessa forma, conclui-se que a palha de carnaúba pode vir a ser utilizada como revestimento de dutos com significante redução de custos, já que não há a necessidade de tratamento prévio para seu uso e mostra-se como uma alternativa biotecnológica viável, contribuindo com a qualidade de material de revestimentos e a preservação do meio ambiente.

ASSUNTO(S)

palha de carnaúba tratamento químico revestimento resina acrílica argila. quimica carnauba straw chemical treatment coating acrylic resin clay.

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