Uso da metabolômica no diagnóstico de doenças inflamatórias intestinais

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-09

RESUMO

RESUMO CONTEXTO: A doença de Crohn e retocolite ulcerativa são as principais doenças inflamatórias intestinais (DII), e sua patogênese está relacionada a fatores genéticos e ambientais. Atualmente, o diagnóstico de DII resulta em uma abordagem multidisciplinar e apresenta desvantagens significativas, como sua natureza invasiva, tempo gasto e o fato de 10% dos pacientes permanecerem sem classificação diagnóstica. No entanto, surgiram novas metodologias de análise que permitiram ampliar o conhecimento sobre a DII, como a metabolômica, o estudo dos metabólitos. A presença e a prevalência desses metabólitos podem ser úteis como biomarcadores no diagnóstico da DII. OBJETIVO: Avaliar as amostras fecais por análise metabolômica no diagnóstico de DII, diferenciando os perfis metabólicos entre doença de Crohn e retocolite ulcerativa. MÉTODOS: Estudo observacional com 36 indivíduos (doença de Crohn 11, retocolite ulcerativa 10 e 15 controles saudáveis), todos com consentimento esclarecido. Os extratos fecais de todos os pacientes são submetidos a uma espectroscopia de alta resolução por ressonância magnética nuclear de hidrogênio (1H-RMN) combinada com técnicas de reconhecimento de padrões multivariados e univariados. Por meio da metabolômica utilizando extratos fecais, foi possível obter uma caracterização adequada das doenças inflamatórias intestinais através de uma abordagem não invasiva. RESULTADOS: Foi possível identificar os seguintes metabólitos nos pacientes com doença de Crohn: lactato, succinato, alanina e tirosina e, no grupo retocolite ulcerativa encontrou-se leucina, alanina e tirosina. Todos os aminoácidos apresentaram covariância positiva para a doença. CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram diferentes perfis metabólicos entre pacientes com DII e voluntários saudáveis, com base na análise por 1H-RMN dos extratos fecais. Além disso, pacientes com doença de Crohn e retocolite ulcerativa também podem ser discriminados usando essa abordagem. A análise metabolômica é promissora como uma nova técnica não invasiva de diagnóstico para melhor reconhecimento das DII. Novos estudos são necessários para validar esses achados.

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