Uso da cola de fibrina no tratamento da fistula anal complexa

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-12

RESUMO

CONTEXTO: O manejo das fistulas anais complexas está associado ao risco de lesão esfincteriana e incontinência fecal. Recentemente, a cola de fibrina surgiu como uma alternativa de tratamento conservador de esfíncter para as fístulas anais, porém até o momento não se chegou a um consenso quanto à eficácia do método. OBJETIVO: Avaliar o uso da cola de fibrina especificamente no tratamento de fístulas anais complexas de origem criptoglandular. MÉTODOS: Foram estudados pacientes com fístulas anais complexas tratados com cola de fibrina entre janeiro de 2005 e janeiro de 2008. Somente pacientes com fístulas de origem criptoglandular foram analisados, sendo excluídos pacientes com fístulas relacionadas à doença de Crohn, ao HIV ou à cirurgia prévia. Sob anestesia espinhal, as fistulas eram curetadas, sendo após preenchidas com cola de fibrina. Depois do tratamento, os pacientes eram acompanhados por 12 meses. RESULTADOS: Trinta e dois pacientes foram incluídos no estudo. Dois pacientes foram perdidos durante o seguimento pós-operatório, sendo excluídos. Dos 30 pacientes remanescentes, apenas 3 tiveram suas fistulas cicatrizadas (10%). Com relação aos 27 pacientes nos quais não houve cicatrização, em 9 pacientes (33,3%) a falha do tratamento foi diagnosticado nos primeiros 30 dias após a cirurgia, em 13 (48,8%) entre 1 e 3 meses, em 3 (11,1%) entre 3 e 6 meses e em 2 pacientes (7,4%) entre 6 e 9 meses após a cirurgia. Não foram observadas complicações relacionadas ao tratamento. CONCLUSÕES: Nesta série, o tratamento das fístulas anais complexas de origem criptoglandular com cola de fibrina atingiu um índice muito baixo de cicatrização. Estes resultados não permitem a indicação da cola de fibrina como tratamento de primeira escolha para pacientes com esse tipo de fístula.

ASSUNTO(S)

fístula retal adesivo tecidual de fibrina adesivos teciduais

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