Uso da buprenorfina transdérmica na dor aguda pós-operatória: revisão sistemática
AUTOR(ES)
Machado, Felipe Chiodini; Carone Neto, Gilson; Paiva, Luisa Oliveira de; Soares, Tamiris Cristina; Nakamura, Ricardo Kenithi; Nascimento, Leonardo de Freitas; Campana, Camila Sato; Lustosa, Lia Alves Martins Mota; Cortez, Rachel Andrade; Ashmawi, Hazem Adel
FONTE
Rev. Bras. Anestesiol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-08
RESUMO
Resumo Justificativa e objetivos: A dor pós-operatória ainda é uma queixa importante em vários procedimentos cirúrgicos. A analgesia multimodal é a melhor conduta para a dor pós-operatória, embora a terapia com opioides ainda seja o principal tratamento para a dor após procedimentos cirúrgicos. A buprenorfina transdérmica é um opioide agonista µ amplamente prescrito nas síndromes de dor crônica, mas com limitada evidência do seu uso para dor aguda no pós-operatório. Realizamos revisão sistemática de estudos que examinaram o papel da buprenorfina transdérmica no tratamento da dor aguda pós-operatória. Conteúdo: Revisamos os dados de PubMed, Embase, Registro Central de Ensaios Controlados Cochrane (CENTRAL), CINAHL via EBSCOhost e LILACS, incluindo estudos clínicos randomizados que avaliaram a dor pós-operatória total, consumo de analgésicos pós-operatórios, efeitos colaterais relacionados a medicamentos e satisfação do paciente com esquema de analgesia. Dados de nove estudos (615 pacientes) foram incluídos nesta revisão. A maioria dos estudos iniciou o uso transdérmico de buprenorfina 6 a 48 horas antes da cirurgia, mantendo o uso de 1 a 28 dias após o procedimento. A maioria dos estudos encontrou valores semelhantes ou menores para o escore de dor pós-operatória, consumo pós-operatório de analgésicos e satisfação do paciente quando a buprenorfina foi comparada ao placebo, tramadol, celecoxibe, flurbiprofeno e parecoxibe. A incidência de efeitos colaterais oscilou nos estudos, e a maioria não mostrou aumento de efeito colateral relacionado ao uso de buprenorfina, exceto em dois estudos, um que comparou buprenorfina ao tramadol oral e outro ao fentanil transdérmico. No entanto, a maioria dos resultados foi obtida a partir de evidências com um risco geral alto ou risco de viés impreciso. Conclusões: Embora sejam necessários mais estudos, os resultados iniciais mostram que a buprenorfina transdérmica parece ser uma forma de administração segura e efetiva de opioide no tratamento da dor aguda pós-operatória.
Documentos Relacionados
- Lumiracoxibe para dor dental aguda e pós-operatória: uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados
- Controle da dor pós-operatória: comparação entre métodos analgésicos
- Dor pós-operatória: combinações analgésicas e eventos adversos
- Abordagem fisioterapêutica na dor pós-operatória: a eletroestimulação nervosa transcutânea (ENT)
- Dor e analgesia pós-operatória: análise dos registros em prontuários