Uso crônico de diazepam em unidades básicas de saúde: perfil de usuários e padrão de uso

AUTOR(ES)
FONTE

Sao Paulo Medical Journal

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-09

RESUMO

CONTEXTO E OBJETIVO: O uso crônico de benzodiazepínicos é freqüente. O objetivo deste estudo foi descrever o padrão de uso e o perfil dos usuários crônicos de diazepam (uso contínuo por no mínimo 36 meses) atendidos em unidades básicas de saúde. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo descritivo, com inquérito e avaliação clínica padronizada, realizado em cinco unidades básicas de saúde de Campinas, São Paulo. MÉTODO: Os livros de controle de dispensa de psicofármacos revelaram 48 pacientes elegíveis, 41 dos quais foram avaliados por meio do Schedule for Clinical Assessment in Neuropsychiatry (SCAN), pela escala Hospital Anxiety and Depression (HAD) e de um questionário sobre padrão de uso. RESULTADOS: A maioria dos usuários era de mulheres (85,4%), com média de idade de 57,6 anos, pertencentes aos estratos socioeconômicos C (39%), D (54%) e E (7%). O tempo médio de uso de diazepam foi de 10 anos. Havia inobservância em relação à forma aconselhada de se utilizar o diazepam, bem como tentativas frustradas de parar a medicação. 55.5% afirmaram que não receberam orientações de seus médicos sobre os efeitos do medicamento. De acordo com o SCAN, 25 pacientes (61%) sofriam de depressão; apenas 12 casos de dependência a benzodiazepinas foram detectados por tal instrumento. CONCLUSÃO: São necessárias medidas que possam aprimorar a detecção e tratamento de transtornos mentais, assim como prevenir a prescrição e uso inadequado de benzodiazepinas. A dependência de bezodiazepínicos tem características que a difereciam de outras dependências químicas e não é detectada pelo SCAN.

ASSUNTO(S)

diazepam benzodiazepinas ansiolíticos atenção primária prescrição de medicamentos

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