Uso alternativo de glicerina em mistura com gasolina ou etanol em motores de ciclo Otto

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/2012

RESUMO

O uso de biocombustíveis geralmente apresenta inúmeros benefícios, incluindo sustentabilidade, redução dos gases estufa, desenvolvimento regional, social e agrícola. Assim, o uso de biocombustíveis, como o biodiesel, é visto hoje como uma alternativa extremamente viável. O processo produtivo gera, em média, para cada tonelada (1000 kg) de biodiesel, 100 kg de glicerina. O grande receio é que o excesso de glicerina produzida, altamente poluidora, possa vir a ser descartada de maneira irresponsável no ambiente. O presente trabalho foi dividido em duas etapas distintas. A primeira compreende os testes físico-químicos com as misturas binárias gasolina/glicerina P.A., gasolina/glicerina loira, etanol/glicerina P.A. e etanol/glicerina loira, para verificar a possibilidade do uso destas em motores de ciclo Otto. Na etapa seguinte, foram analisados os resíduos recolhidos de motor (após 50 horas funcionando com AEHC/glicerina loira e funcionando apenas com AEHC e gasolina C). Todas as amostras de glicerina foram miscíveis em álcool combustível nas proporções de 1, 2 e 5 % v/v. Foi obtida uma mistura homogênea das misturas de 1% de glicerina com até 20% de AEAC em gasolina tipo A. O pH do AEHC ficou abaixo do mínimo recomendado pela ANP com a adição de glicerina loira, porém a adição de glicerina P.A. não modificou significativamente seu valor. As curvas de destilação da gasolina C e da mistura de gasolina C com glicerina foram semelhantes. As medidas de condutividade do AEHC e AEAC com glicerina loira e glicerina P.A. ficaram dentro da faixa dos valores permitidos pela ANP (350 μS.m-1). No ensaio de corrosividade ao cobre, a mistura de gasolina com glicerina apresentou características típicas da gasolina comercial. Nos ensaios onde foram introduzidas ligas metálicas de cobre, alumínio e latão em soluções de AEHC com 2% glicerina P.A. e AEHC com 2% glicerina loira ficou evidente a corrosão provocada pela glicerina loira após 23 dias. Os espectros de XPS mostram os componentes do resíduo retirado da câmara de combustão, do pistão e da cuba do carburador do motor de ciclo Otto. Cloro e o sódio estão presentes na glicerina obtida no processo de obtenção do biodiesel, devido à lavagem da mesma com ácido clorídrico. O sódio é proveniente do resíduo de catalisador do processo de transesterificação, o metilato de sódio. Na análise usando absorção atômica por chama, confirmou-se a presença de cobre no resíduo encontrado no motor de ciclo Otto que foi alimentado com AEHC e 5% de glicerina loira. A maior dificuldade encontrada na utilização da glicerina loira se deve aos contaminantes presentes.

ASSUNTO(S)

resíduos como combustível glicerina biodiesel biocombustíveis organic chemistry automotive fuels waste as fuel glycerin biodiesel fuels biomass energy química orgânica combustíveis para motores

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