Universo encantado do cuidado na autopoiese docente: uma viagem epistemológica transdisciplinar

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A transição sanitária vivenciada no modelo de atenção brasileiro demanda uma metamorfose no ser humano e na sociedade, colocando novas exigências no âmbito da saúde e da educação. A Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do Rio Grande do Norte (Facex), ciente de suas responsabilidades com o Sistema Único de Saúde (SUS), que traz o princípio da integralidade como seu eixo estruturante, ousou implantar um curso de Enfermagem pautado no pensamento complexo e na Pedagogia Vivencial Humanescente, com proposta curricular inter/transdisciplinar. Para implantação da proprosta não era suficiente reformar o pensamento dos educadores. Era necessário corporalizar novas práticas pedagógicas que visassem à formação integral do ser humano. Foi neste contexto que surgiu o Ateliê de Formação Humana Autopoiética, espaço de autoformação do educador, onde se desenvolveu uma Pesquisa-Ação Existencial (PA-E) que possibilitou vivenciar, descrever e analisar como a formação humana autopoiética dos educadores poderia contribuir para a prática educativa humanescente do projeto curricular transdisciplinar. Foram trabalhados, nos encontros, saberes necessários à prática transdisciplinar: 1 Encontro - saber criar; 2 Encontro - saber reconhecer as leis da natureza com ênfase na teoria da complexidade; 3 Encontro - saber organizar; 4 Encontro - saber autoestruturar-se; 5 Encontro - saber escolher; 6 Encontro -saber inovar; e 7 Encontro - saber trocar. Próxima de uma perspectiva autobiográfica, optouse pela possibilidade metafórica para narrar as estratégias e os caminhos percorridos pela autora e aprendiz, na companhia do Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry, em busca de uma prática pedagógica sensível, complexa, transdisciplinar, que promova o reencantar da educação. O percurso envolveu cinco conexões metodológicas: a revisão de literatura, que contextualiza a formação para o cuidado na graduação em Enfermagem; o estudo das aprendizagens que impulsionam a formação humanopoiética, com ênfase na relação que envolve a complexidade e a corporeidade no processo educativo transdisciplinar, destacando a análise do que é aprender, a partir das descobertas das biociências e das recentes teorias da cognição de Maturana e Varela; a descrição do currículo transdisciplinar do curso de Enfermagem da Facex e do Ateliê de Formação Humana Autopoiética, com ênfase na Pedagogia Vivencial Humanescente; o relato dos sete encontros dos Ateliês (casulo), com o registro das vivências e da escuta dos educadores (Borboletas luminescentes); e as reflexões finais com as aprendizagens oportunizadas. Através das experiencialidades vividas pelas expressões e falas, os educadores afirmam a influência dos Ateliês para suas práticas educativas, destacando-o como espaço de auto-organização, criação, aprendizagem e encantamento, sendo possível identificar o Ateliê como lugar de metamorfose necessário à implantação de um currículo transdisciplinar. Os saberes emergentes do estudo apontam para a necessidade de espaços permanentes de autoformação, em que o educador aprende com sua corporeidade, entre processos cognitivos e vitais, tendo nas vivências do seu processo formativo a oportunidade de atuar sobre as dimensões do saber e do ser

ASSUNTO(S)

educação transdisciplinaridade humanescência corporeidade autopoiese educacao humanescência transdisciplinary education autopoiesis embodiment

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