Unifran: história, desenvolvimento e novos desafios.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Desde a proclamação da república, e de maneira mais intensa a partir dos anos 1930, a oposição público-privado tem dominado o cenário educacional brasileiro, variando os atores e os papéis principais conforme as épocas em que acontecem as disputas. Essa oposição, a despeito das particularidades específicas de cada momento histórico e dos interesses privados que permeiam o conflito, tem prejudicado a formatação de políticas mais coesas e adequadas às transformações sociais, culturais e econômicas que perpassam a sociedade. No caso específico do ensino superior, soma-se a esse fato a imposição, a partir da reforma de 1968, de um modelo único de formação que deveria convergir para a indissociabilidade entre ensino e pesquisa, por meio de estruturas universitárias que abrangessem a universalidade de campo. Dentro desse contexto, o aumento da demanda por vagas no ensino superior a partir da década de 1960, aliado às políticas governamentais para o setor e ao desenvolvimento econômico experimentado pelo país, fez crescer o número de escolas privadas, o que acabou por dividir as instituições em dois grupos, o de elite, formado pelas poucas públicas que conseguiram associar ensino e pesquisa, e o de massa, formado principalmente pelas privadas, que concentrou-se nas atividades de ensino voltadas para o mercado. Contrariamente à própria reforma, essas últimas começaram pequenas e sem muitos recursos, como faculdades isoladas e, paradoxalmente, passaram a atender as camadas médias da população que não conseguiam alcançar as universidades públicas. Contextualizada nas décadas de 1960, 1970 e 1980, período em que boa parte da sociedade brasileira entendia a educação como um bem público, portanto não comercializável, e defendia a escola pública e gratuita para todos, essa situação foi consolidando uma imagem negativa das instituições privadas, considerada por muitos como escolas de segunda categoria, sem qualidade de ensino e voltadas exclusivamente para o lucro. A partir do final dos anos 1980, algumas instituições transformaram-se em universidades e, com liberdade para a abertura de cursos, experimentaram um crescimento acentuado, o que lhes permitiu grandes investimentos em infra-estrutura e corpo docente, melhorando a qualidade de ensino e, conseqüentemente, sua imagem junto à sociedade. Porém, esses investimentos em estrutura não foram acompanhados de um planejamento estratégico que, em função da concorrência, das questões regionais e das especificidades de cada uma, posicionasse essas instituições dentro da nova realidade do mercado educacional brasileiro, reorientando seu desenvolvimento e seus objetivos. Tendo como pano de fundo essas considerações e dentro da linha de pesquisa voltada para a História das Instituições Escolares, esse trabalho faz um estudo de caso da Unifran, Universidade de Franca.

ASSUNTO(S)

educacao educação - história unifran unifran university of franca ensino superior franca (sp) higher education

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