União interétnica de nipo-brasileiros associada a hábitos alimentares menos saudáveis e ao pior perfil de risco cardiometabólico

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-07

RESUMO

OBJETIVO: Casamento interétnico entre brasileiros nikkeis e não nikkeis pode favorecer a ocidentalização da dieta. Compararam-se consumo alimentar, dados clínico-laboratoriais e frequências de doenças metabólicas em população nipo-brasileira, com casamento intraétnico ou interétnico. MÉTODOS: Empregaram-se teste t, Mann-Whitney, qui-quadrado e coeficiente de Pearson. RESULTADOS: Em 1009 nipo-brasileiros havia 18,9% de casamentos interétnicos, mais frequentes entre homens nikkeis. Estes apresentaram maiores médias de IMC, cintura, pressão arterial, glicemia e triglicérides que mulheres. As frequências de obesidade, hipertrigliceridemia e síndrome metabólica foram 47,7%, 68,1% e 45,2%, sendo maiores nos casamentos interétnicos comparados aos intraétnicos. Comparando-se indivíduos com casamento interétnico, hipertrigliceridemia foi mais frequente nos homens e HDL-c baixo nas mulheres. O consumo de calorias, gorduras e dos grupos de álcool, doces e óleos foram maiores nos casamentos interétnicos. Indivíduos casados intraetnicamente consumiam mais carboidratos, proteínas, fibras, vitaminas, minerais, hortaliças, frutas/sucos, cereais e missoshiru. Comparando-se indivíduos com casamento interétnico, homens nikkeis apresentavam padrão mais ocidental que mulheres nikkeis. CONCLUSÃO: Casamento interétnico associa-se a hábitos alimentares menos saudáveis e pior perfil de risco cardiometabólico.

ASSUNTO(S)

dieta ocidentalização migrantes japoneses morbidade casamento miscigenação risco cardiometabólico

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