Uma visão crítica do cenário da Geração Distribuída no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

11/12/2009

RESUMO

A expansão econômica de alguns países, a mudança de hábitos da sociedade numa direção que privilegia o uso de dispositivos consumidores de eletricidade, e o crescimento populacional são responsáveis pelo aumento da demanda por energia elétrica em boa parte do planeta. Num ritmo proporcional cresce a dependência e o uso de recursos naturais, que tem proporcionado a degradação ao meio ambiente e outros diversos efeitos decorrentes desta prática. Observa-se, assim, a necessidade de se trilhar novos caminhos no sentido de garantir a oferta futura de eletricidade com qualidade à população, sem limitar o desenvolvimento econômico do país e ao mesmo tempo promover a proteção ao meio ambiente e o desenvolvimento social. Nesse contexto, surge a Geração Distribuída, que viabiliza a geração elétrica próxima aos centros consumidores, permitindo um melhor aproveitamento de recursos locais, ao passo que evita perdas no transporte de energia elétrica, e favorece o uso de tecnologias de geração que utilizam recursos energéticos primários renováveis e menos poluentes. O desenvolvimento da Geração Distribuída pode evitar a necessidade de construção de novas unidades de geração de grande porte e de linhas de transmissão, as quais promovem impactos ao meio ambiente em maior escala ou de forma mais concentrada. No entanto, apesar da contribuição proporcionada por esse tipo de geração, no Brasil, a inserção de geradores distribuídos à rede de energia elétrica ainda não está consolidada e ainda são encontradas muitas dificuldades para sua implantação, principalmente pelas características específicas do sistema elétrico brasileiro, o que não permite a simples adoção de regras e medidas definidas em outros países. Sendo assim, este trabalho buscou identificar e mostrar as barreiras que dificultam ou impedem a disseminação da Geração Distribuída no Brasil, em que se pôde observar através de um extenso levantamento bibliográfico e de consulta a empresas do setor elétrico que os principais aspectos estão relacionados principalmente à inexistência de mecanismos de incentivo, regulamentação e regras operacionais e de instalação adequadas, a problemas de compatibilidade técnica com os sistemas de distribuição e à falta de abertura do mercado às novas tecnologias. Diante deste cenário conclui-se que para a implantação da Geração Distribuída se tornar uma realidade no Brasil, o interesse governamental deverá ser despertado, e então serem traçadas fortes políticas públicas de incentivo a este tipo de geração, o que não aconteceu até o momento.

ASSUNTO(S)

energia e meio ambiente desenvolvimento de geração distribuída energia e tecnologia sustentabilidade sistemas de informacao

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