Uma tentativa de identificação de respostas de esquiva e da utilização do procedimento de bloqueio de esquiva através da analise de uma relação terapêutica

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/11/2001

RESUMO

Um comportamento que tenha a função de eliminar, ou pospor situações aversivas ao organismo (comportamento de esquiva) pode assumir várias formas. As quais comumente encontradas têm sido a evitação de estimulas associados à punição e a estereotipia de respostas. O presente trabalho reporta-se à tentativa de se identificar comportamentos de esquiva num processo terapêutico. assim como analisar a relação estabelecida entre terapeuta - cliente sob a perspectiva deste comportamento. Para a realização do estudo foi observada a relação entre um cliente do sexo feminino, com 21 anos de idade, com a queixa de transtorno de ansiedade (TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo) e um terapeuta comportamental, do sexo masculino, com 28 anos de idade, com aproximadamente três anos de prática clínica, o qual considera-se analista do comportamento. As sessões ocorreram uma vez por semana na Clínica Psicológica da PUC - São Paulo, e foram filmadas e transcritas. Foram analisadas oito sessões, nas quais as falas do terapeuta e da cliente foram categorizadas, assim como foram levantados os temas pertinentes a elas. Na análise dos dados obtidos foi possível identificar que quaisquer comportamentos da cliente poderiam ser classificados como esquiva. No entanto, foram isoladas para análise as respostas "varia/deriva" e "dar resposta anterior". Essas respostas da cliente foram observadas frente a todas as categorias de respostas do terapeuta indicando que talvez não fosse essa a variável relevante para a apresentação de esquiva. Foi tentada, então, uma observação dessas respostas da cliente em função dos temas abordados. Neste caso, observou-se que temas que envolviam respostas de auto-observação da cliente foram mais evitadas. Também foi tentada a identificação do uso do procedimento de bloqueio de esquiva através da resposta "voltar assunto" emitida pelo terapeuta. Devido à baixa freqüência observada dessa resposta e das possíveis conseqüência reservadas para ela, supõese que este seja um procedimento aversivo cuja utilização não foi mantida pelas respostas da cliente. Em decorrência disso observou-se que o comportamento do terapeuta foi selecionado dentro da sessão pela cliente, o que fez levar a discussão acerca da diretividade da terapia comportamental. Frente a todas estas observações pode-se considerar que este trabalho é um pequeno passo na direção de práticas diferenciados dentro da terapia comportamental. Ele pode alertar para se enfocar a relação terapêutica, assim como se entender melhor as relações verbais que ocorrem dentro das sessões

ASSUNTO(S)

psicologia experimental esquiva bloqueio de esquiva relação terapêutica terapeuta e paciente

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