Uma ponte para a especulação: ou a arte da renda na montagem de uma "cidade global"

AUTOR(ES)
FONTE

Caderno CRH

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-04

RESUMO

Este artigo analisa conflitos e articulações por trás da transformação de uma antiga área alagadiça, as várzeas do rio Pinheiros, em uma das regiões mais valorizadas de São Paulo e, atualmente, sua fachada globalizada. O texto discute, particularmente, os nexos que se constituem, nas últimas décadas, entre a financeirização global da economia e os arranjos específicos que se configuram em São Paulo; entre mecanismos supostamente avançados - como operações urbanas, Cepacs e fundos de investimento imobiliário - e formas típicas de acumulação primitiva, nas quais força, fraude, opressão e pilhagem são exibidas de modo recorrente; entre "a cidade própria" das elites e a cidade dita clandestina, que ocupa beiras de córrego, encostas de morros, margens de represas. Tomo como referência três ícones dessa paisagem urbana: uma ponte estaiada, imagem-síntese da cenografia da "nova cidade"; um gigantesco emprendimento murado, que mescla residência, comércio de luxo e escritórios; e um complexo empresarial com torres de escritório e hotel, interligados por um shopping subterrâneo.

ASSUNTO(S)

globalização financeirização imóveis são paulo cidade global

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