Uma leitura do texto clariceano em sala de aula

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A presente dissertaÃÃo analisa a interaÃÃo de alunos do Ensino MÃdio e do Ensino Profissionalizante de uma escola pÃblica da rede estadual com a narrativa de Clarice Lispector, quando da vivÃncia do Projeto â LaboratÃrio de Atividades LiterÃrias, no perÃodo de 1992 a 1997, idealizado pelo DEAC (Departamento de AÃÃes Culturais), sendo esta escola um dos nÃcleos de implantaÃÃo do Projeto. Relatamos passo a passo a recepÃÃo da obra clariceana, a produÃÃo textual resultante das leituras e anÃlises e a repercussÃo do trabalho, atravÃs dos depoimentos dos alunos-leitores que participaram das oficinas de leitura do texto literÃrio. Detectamos, tambÃm, nesse processo, as principais dificuldades dos leitores em face da leitura literÃria, de um modo geral. Sugerimos algumas orientaÃÃes metodolÃgicas, visando diminuir a distÃncia, que ainda hÃ, entre os alunos e o ensino da literatura no contexto escolar. Revisitamos os pressupostos de abordagens teÃricas que focalizam a interaÃÃo texto-leitor sob prismas distintos, mas que dialogam quando discutem a leitura do ponto de vista social (JAUSS, 1979, 1994, 2002), ou individual (ISER, 1979, 1996, 1999, 2002), reconhecendo os limites da interpretaÃÃo (ECO, 1999). Selecionamos contos e romances da autora, tendo em vista as singularidades da narrativa clariceana. O processo epifÃnico por que passam os narradores-personagens ou personagens foi assinalado, tendo em vista ser este uma das marcas da ficÃÃo de Clarice Lispector, e constituindo um dos objetivos principais da leitura dos contos e romances. Em suma, estratÃgias narrativas utilizadas pela autora que convidam o leitor a participar do âjogo da ficÃÃoâ. Foram trabalhados seis contos do livro LaÃos de famÃlia, um conto de A legiÃo estrangeira e dois textos de Onde estivestes de noite. Os romances Ãgua viva e A hora da estrela integraram a coletÃnea dos textos selecionados. Constatamos, com base nos depoimentos dos alunos-leitores e na produÃÃo textual, elaborada durante as oficinas de leitura, os quais revelaram a identificaÃÃo do leitor com o texto literÃrio, que os alunos conseguem distinguir o mundo ficcional do mundo da realidade empÃrica, que conseguem articular os planos da histÃria e do discurso, que tanto as anÃlises que, inicialmente, expressavam uma visÃo escolarizada da leitura, como as dificuldades na produÃÃo escrita, eram decorrentes de como à encaminhado ainda o ensino da literatura na sala de aula. Em sÃntese, o presente estudo propÃe uma maior integraÃÃo, entre as contribuiÃÃes da Teoria da Literatura e a escola, na medida em que se discute o ato da leitura como processo dinÃmico do envolvimento do leitor com o texto, considerando principalmente o enfoque de Iser. A leitura literÃria à percebida como um jogo, conforme a abordagem de Iser (In: LIMA, 2002), em que os autores jogam com os leitores e o texto à o campo do jogo

ASSUNTO(S)

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