Uma escola sem muros: Colégio Estadual de Minas Gerais (1956-1964)
AUTOR(ES)
Aleluia Heringer Lisboa
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011
RESUMO
O objetivo dessa pesquisa foi investigar a produção da memória coletiva referente ao Colégio Estadual de Minas Gerais (1956-1964), que tem como marca a excelência acadêmica, a cultura e a liberdade. O recorte temporal toma o ano de 1956, quando a escola, que funcionava no bairro Barro Preto, é transferida e reinaugurada no bairro de Lourdes. O projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, representado por seus ex-alunos como uma escola sem muros, além de ser um marco na história da instituição e da cidade de Belo Horizonte, possibilitava a liberdade de ir e vir e a ampliação do número de vagas. O trabalho teve como figura de fundo a escola secundária brasileira, historicamente estruturada para atender a poucos, que, pressionada por vários setores da sociedade, abre suas portas para uma parcela cada vez maior da população, e isso por diversos motivos que extrapolam a unidade escolar em Belo Horizonte e se insere num contexto maior de industrialização e da reestruturação do ensino secundário no Brasil. Nessa perspectiva, a representação de uma escola sem muros se mostrou ambígua. A ausência de muros como buscamos demonstrar, no sentido arquitetônico, anunciava o livre trânsito, próprio de um espaço democrático. Mesmo sendo essa a intenção ou linguagem do arquiteto, a escola sem muros contrastava com o difícil acesso de grande parcela dos jovens belo-horizontinos aos seus estudos. Para ali entrar e permanecer, era preciso transpor outros muros. Essa pesquisa buscou demonstrar as tensões envolvendo essas duas lógicas. Identificamos, na memória dos entrevistados, sendo 11 ex-alunos e 03 ex-professores, dois tempos e discursos distintos com relação à escola, daí tomá-los como limite temporal da pesquisa: o antes e depois da abertura dos anexos da escola e do golpe militar, ambos em 1964. No estudo do tema utilizamos um conjunto de fontes documentais: a imprensa, a fonte oral, fotografias, a documentação escolar e o periódico Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP) do período de 1953 a 1963. Como referencial teórico, o diálogo mobilizou autores da história da educação e da sociologia da educação.
ASSUNTO(S)
educação história teses escolas publicas teses escolas secundarias teses ensino secundário teses
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/FAEC-8GAGQBDocumentos Relacionados
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