Uma análise contextual do funcionamento efetivo e participação popular em uma unidade de conservação: o caso da área de proteção ambiental de Petrópolis (Rio de Janeiro: Brasil)
AUTOR(ES)
Gonçalves, Marco Pinheiro, Branquinho, Fátima Teresa Braga, Felzenszwalb, Israel
FONTE
Sociedade & Natureza
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011-08
RESUMO
Unidades de conservação da natureza sofrem historicamente de problemas envolvendo, por exemplo, administração pública e legitimação popular, o que reflete quadros de ineficiência e conflitos locais em vários níveis. Nesse contexto, a Área de Proteção Ambiental de Petrópolis é abordada no presente trabalho, com o objetivo de se traçar um panorama sistêmico de tal proposta de sustentabilidade, observando a história local, a gestão pública e a participação popular. É proposta, portanto, uma análise da paisagem local de maneira sistêmica e integrada, sob um referencial teórico que engloba: políticas locais, manejo de unidades de conservação, conflitos ambientais e participação social. Como resultados, pode-se destacar um quadro de gestão pública de baixa eficiência e conflitos de interesse e gestão. O caráter unilateral das tomadas de decisão e confecção do zoneamento ambiental, aliadas ao contexto de ineficiência histórica da gestão dos órgãos públicos competentes foram identificados como entraves ao bom funcionamento da unidade. Criada em 1982, a proposta da APA se apresenta ainda hoje aberta e inovadora; porém, tal inovação no modelo de unidades de conservação esbarra na gestão pública de baixa eficiência e na visão preservacionista dominante nas esferas técnicas. Destaca-se, ainda: o conflito entre as diferentes esferas do poder público, e os conflitos entre os poderes locais e os interesses em conservação da natureza como fenômenos que dificultam a consecução de propostas práticas de conservação. Defende-se que a observação da diversidade dos atores existentes na paisagem da APA e a participação social efetiva sejam caminhos para se atingir os objetivos de sustentabilidade, e o uso do conceito de redes sociotécnicas será de grande valia para as novas abordagens que se propõem. O segmento universitário é indicado como provedor de importantes elos sociotécnicos que servirão como alavancas à participação social solidária, e assim ao conhecimento e aproximação aos atores e problemas locais.
ASSUNTO(S)
Área de proteção ambiental gestão ambiental unidades de conservação paisagem redes sociotécnicas
Documentos Relacionados
- Etnobotânica urbana em Petrópolis e Nova Friburgo (Rio de Janeiro, Brasil)
- Economic valuation of ecotour and recreational services in protected natural area: the case of Tijuca National Park (Rio de Janeiro, RJ
- Área de Proteção Ambiental de Massambaba, Rio de Janeiro: caracterização fitofisionômica e florística
- Sobre afetos e resistências: Uma análise da trajetória da Turma OK (Rio de Janeiro, Brasil)
- Myrsinaceae da APA de Cairuçu, Parati (Rio de Janeiro, Brasil)