UM OLHAR SOBRE O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM NA BACIA DO RIO SANTA ROSA (NW DO RS), DE 1915 ATÉ OS DIAS ATUAIS / A LOOK AT THE TRANSFORMATION PROCESS OF THE LANDSCAPE IN THE SANTA ROSA RIVER BASIN (NW OF RS), 1915 TO PRESENT DAY

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/09/2011

RESUMO

Esta pesquisa teve por objetivo analisar a transformação da paisagem no que se refere ao manejo com a floresta, ao uso do solo e dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do rio Santa Rosa (NW do RS), a partir de 1915; quando do início da colonização e ocupação do espaço por imigrantes europeus e seus descendentes. Partiu-se da hipótese de que a ideia de progresso, para os imigrantes, esteve associada à abertura de áreas agrícolas nas regiões de florestas nativas. A partir disso, buscou-se compreender a motivação e sentimentos dos primeiros imigrantes na construção de um novo espaço e a percepção de seus descendentes, quanto aos reflexos na atualidade, da substituição da vegetação nativa para a produção agropecuária. A pesquisa se sustentou na busca de informações em materiais preservados em museus (objetos, fotografias e jornais), em entrevistas, na observação da paisagem e em pesquisas bibliográficas. As ações dos imigrantes europeus e seus descendentes podem ser consideradas como o marco para a transformação brusca da paisagem na área de estudo, descaracterizando intensamente a paisagem original e colocando em evidência um modelo civilizatório não sustentável e não equilibrado do ponto de vista ambiental e social; o qual, desestruturou o ambiente natural para a sua efetivação. Basicamente, a substituição da vegetação nativa (floresta) em áreas agrícolas, teve dois momentos com características distintas, especialmente no que se refere a técnicas, ritmo (velocidade) de intervenção no espaço natural e números de pessoas envolvidas; um anterior à mecanização agrícola e outro posterior. Os procedimentos adotados em ambos os momentos resultaram em crescimento e dinamismo econômico e ao mesmo tempo numa sequência de resultados negativos aos elementos do espaço natural, à sociedade e à cultura. Os reflexos desta conduta são percebidos na atualidade. A fragilização e desequilíbrio do espaço natural, resultante da homogeneização da paisagem e supressão de elementos, como fauna e flora produzem efeitos negativos, os chamados desequilíbrios ambientais, seja no solo, na água e na ausência de diversidade (animal e vegetal). Socialmente, o modelo de modernização implantado nas pequenas propriedades, refletiu na exclusão das pessoas dos processos produtivos agrícolas e, culturalmente, significou a eliminação de conhecimentos e técnicas, os quais foram sintetizados com a produção de monoculturas, em especial, a soja. A intervenção no espaço, após 1915, não respeitou a dinâmica e os limites dos elementos naturais, comprometendo a identidade da paisagem na área de estudo. Interpretar a transformação da paisagem pela ação antrópica nos processos de construção, (des) construção e (re) construção do espaço é de fundamental importância para avaliar e entender os reflexos na atualidade, tendo como viés a História Ambiental. A sistematização desta pesquisa resultou na construção da História Ambiental da bacia hidrográfica do rio Santa Rosa (NW do RS), ainda que inconclusa, porém oportuna, por proporcionar a noção de construção e destruição do espaço natural. Do conhecimento desta realidade, pode ser possível construir mudanças de paradigmas, voltados ao cuidado ambiental e social.

ASSUNTO(S)

transformação história ambiental paisagem geociencias transformation environmental history landscape

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