Um Iluminismo português? : a reforma da Universidade de Coimbra de 1772

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A qualificação do movimento de idéias em Portugal no século XVIII é tema polêmico e controverso. O ambiente intelectual luso, em virtude de ter articulado as idéias modernas com a tradição católica, é comumente identificado, nas historiografias brasileira e portuguesa, como um caso à parte, contraposto à uma suposta Modernidade européia - uniforme e radicalmente inovadora. Em 1772, a Coroa Portuguesa, na intenção de modernizar Portugal, empreendeu a reforma da Universidade de Coimbra. A reforma, considerada um marco no processo de assimilação das idéias modernas no País, institucionalizou muitos dos princípios ilustrados em voga na República das Letras. Por meio da análise dos Estatutos da Universidade de Coimbra (1772), especificamente da reformulação da Faculdade de Leis e da criação da Faculdade de Filosofia, examinou-se a natureza da proposta estatutária, comparando seus princípios com as idéias veiculadas na Encyclopédie e com algumas obras de filósofos franceses. Adota-se no trabalho uma noção plural de Iluminismo, pois o movimento intelectual em voga no Setecentos, longe de ter sido uniforme, apresentou diversas tendências. Assim, diante dos vários Iluminismos da Europa, sugere-se a existência de um Iluminismo português.

ASSUNTO(S)

universidade de coimbra reforma universitária ciencias humanas iluminismo

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