Um gesto político intersticial e um histórico palimpséstico:a escrita de si em D’est e Là-bas de Chantal Akerman
AUTOR(ES)
Veiga, Roberta
FONTE
Galáxia (São Paulo)
DATA DE PUBLICAÇÃO
23/05/2019
RESUMO
Resumo Onde está o histórico e o político quando uma cineasta recusa os procedimentos de rememoração documentais como o arquivo, o testemunho e a encenação, para apenas contemplar espaços de conflito no Leste Europeu de 1993 e em Israel de 2006, sem a eles se imiscuir? Buscando responder tal questão, este artigo produz o argumento de que através da escrita de si – de uma autobiografia instituída nas lacunas da memória sobre o Holocausto – os filmes D’est e Là-bas, de Chantal Akerman, alcançam o político por uma via intersticial – aquela dos afetos e das brechas - e formula uma figura palimpséstica para a história, que não encadeia passado e presente.Abstract Where are history and politics when a filmmaker refuses procedures of documental recollection such as archives, off-screen narration, and playacting, and instead contemplates spaces of conflict in Eastern Europe 1993 and in Israel 2006 without getting involved in them? In order to answer this question, we argue that, by means of a self-writing style (an autobiography built in the memory gaps of the Holocaust), Chantal Akerman’s films D’est and Là-bas reach the political through a crannied route (of affects and cracks) that constructs a palimpsestic picture of history in which past and present are not sequential.
Documentos Relacionados
- A escrita em gesto : um caso de surdez
- A constituição de um arquivo e a escrita da história da educação: do gesto artesão à prática científica
- Um homem em toda a verdade da natureza: linguagem e escrita de si em Jean-Jacques Rousseau
- Tornar-se mulher negra: escrita de si em um espaço interseccional
- Lima Barreto e a escrita de si