Um estudo grafemático das letras G e J em português

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Esta Dissertação está situada na área da Descrição da Língua Portuguesa e trata do exame das letras g e j, a fim de se verificar se há regras para o uso dessas letras no sistema ortográfico de forma a contribuir para os estudos grafemáticos da Ortografia Portuguesa. A pesquisa realizada está fundamentada na proposta de Derrida (1967), nos estudos realizados por Nina Catash (1973) e nos colóquios de pesquisa realizados na França em 1973 e 1986. Dessa forma, entende-se que os métodos utilizados pela Fonologia podem ser estendidos para a Grafemática, assim como seus modelos teóricos. E justifica-se na medida em que se entende que o sistema oral tem traços distintivos diferentes do sistema ortográfico no Brasil, em que poucos estudos até hoje foram realizados sob o prisma da grafemática. Tem-se por hipótese que há regras possíveis de serem descritas para o uso das letras g e j diante das vogais e e i, onde apresentam dificuldades para o uso ortográfico. Os resultados obtidos indicam que: a) a letra g difere da letra j pois a primeira pertence ao sistema etimológico da Língua Portuguesa; e a segunda, ao sistema fonético. Por esta razão, a letra g grafa valores polifonológicos /g, /; e a letra j, valor monofonológico //; b) há pares comutativos entre g e j, de forma a considerá-los dois grafemas do sistema ortográfico da Língua Portuguesa: o grafema g do sistema etimológico, em distribuição complementar com a, o, u e o grafema g em distribuição complementar com e, i. Neste sentido, o traço distintivo do grafema g + /a, o, u/ é do subsistema ortográfico e g + /e, i/ do sistema etimológico fonético da língua portuguesa. O grafema j grafa o fonema // do sistema fonético da língua para palavras novas, entradas para a Língua Portuguesa; mas j grafa palavras de étimos i, y de outras origens que não o latim, por serem palatais na entrada de Língua Portuguesa; por esta razão, são do traço etimológico-fonético; c) na derivação de palavras não há mudança grafemática, a não ser devido à distribuição complementar de forma a grafar g para o traço etimológico-fonético e j para o traço fonético; d) na História da Língua Portuguesa os étimos latinos apresentam uma única letra para grafar /g, / dependendo da vogal que segue; o grafema j grafa a palatização anterior a qualquer vogal, seja oral ou nasal; e) Outras considerações. Verificou-se que devido às confusões existentes, relativas aos étimos das palavras de Língua Portuguesa, que há duas formas de grafar uma mesma palavra, tanto com g quanto com j. A partir dessas ocorrências, conclui-se que é possível de se tratar o Sistema Ortográfico da Língua Portuguesa por modelos teóricos e metodológicos da Fonologia. Contudo, devido ao desconhecimento de étimos, são necessários estudos específicos na área para guiar futuras Reformas Ortográficas

ASSUNTO(S)

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