Úlcera perianastomótica após derivação gástrica em Y-de-Roux mesmo em uso de inibidor de bomba de prótons: estudo prospectivo multicêntrico
AUTOR(ES)
Garrido Jr., Arthur Belarmino, Rossi, Marçal, Lima Jr., Sizenando Ernesto, Brenner, Antonio Sérgio, Gomes Jr, Claudio Antonio Rufino
FONTE
Arquivos de Gastroenterologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-06
RESUMO
CONTEXTO: Sintomas dispépticos são comuns após derivação gástrica em Y-de-Roux. Podem decorrer de úlceras de boca anastomótica, cujos possíveis fatores causais incluem a secreção cloridropéptica da bolsa gástrica, isquemia, efeito de corpo estranho dos materiais de sutura e uso de antiinflamatórios não-esteróides. O esomeprazol é um redutor potente da secreção ácida, capaz de diminuir sintomas pépticos e evitar lesões mucosas, mesmo em pacientes usuários de antiinflamatórios não-esteróides. OBJETIVOS: Estudo prospectivo não-randomizado procura avaliar a ocorrência de dispepsia e úlceras perianastomóticas nos 2 primeiros meses após derivação gástrica em Y-de-Roux. MÉTODOS: Cento e dezoito obesos mórbidos foram operados em quatro centros de cirurgia bariátrica pela técnica de derivação gástrica em Y-de-Roux por laparotomia ou laparoscopia. À endoscopia digestiva alta, H. pylori estava ausente. Todos os operados tomaram 20 mg de esomeprazol por dia do 3º ao 60º pós-operatório. RESULTADOS: Entre o 10º e o 15º dia, nenhum paciente referiu epigastralgia ou pirose, um referiu vômitos moderados, quatro dor abdominal e oito náuseas. Entre o 55º e o 65º dia, três referiram epigastralgia leve, seis vômitos, um dor abdominal, dois náuseas e seis pirose. O exame endoscópico neste período revelou esofagite em 10 pacientes (8,5%), hérnia hiatal em 2 (1,7%) e corpo estranho nas linhas de sutura em 12 (10,2%). Em nove pacientes (7,6%) encontrou-se úlcera de boca anastomótica ou adjacente a ela, em dois incluindo granuloma de fio de sutura ou de grampo metálico. Dez pacientes utilizaram alguma vez antiinflamatórios não-esteróides nos 2 meses de estudo, nenhum deles apresentando úlcera. CONCLUSÕES: A ocorrência de úlcera de boca anastomótica 2 meses após derivação gástrica em Y-de-Roux, é considerável, mesmo em uso de esomeprazol. Não houve relação com ingestão de antiinflamatórios não-esteróides, o que realça as possibilidades dos fatores isquemia e corpo estranho na gênese das lesões.
ASSUNTO(S)
derivação gástrica anastomose em y-de-roux Úlcera gástrica dispepsia
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